PUBLICIDADE

CPI da Corrupção mobiliza Congresso esta semana

Por Agencia Estado
Atualização:

Com o adiamento da apresentação do relatório do senador Roberto Saturnino Braga (PSB-RJ), no Conselho de Ética, sobre o envolvimento dos senadores Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA) e José Roberto Arruda (sem partido-DF) na violação do sigilo do painel eletrônico de votações, o foco das atenções políticas desloca-se, esta semana, para a CPI mista da Corrupção. Depois de adiar sucessivas vezes a apresentação do requerimento com as assinaturas necessárias de deputados e senadores, os líderes da oposição prometem protocolar o documento na próxima quarta-feira, quando deverá ser realizada uma sessão conjunta da Câmara e do Senado para apreciação de medidas provisórias. A intenção dos oposicionistas é a de realizar um ato político com a participação de representantes de entidades da sociedade civil, como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). Atentos a essa estratégia, os líderes governistas, que pretendiam testar a fidelidade de sua base de sustentação, podem pedir o adiamento da sessão ao presidente do Congresso, senador Jader Barbalho (PMDB-PA). Embora já trabalhem com a perspectiva de instalação da CPI, os líderes governistas devem atuar para tentar impedi-la - seja procurando convencer os dissidentes de suas bancadas a retirarem suas assinaturas do requerimento de instalação da comissão ou questionando a constitucionalidade do conteúdo do documento. Os argumentos básicos são o risco de instabilidade econômica e a paralisia do Congresso, a qual, nesta altura dos acontecimentos, já está evidente. Na Câmara, onde a turbulência política é menor do que no Senado, o ritmo de trabalho está lento em função da crise que afeta o Legislativo, e a pauta do plenário está trancada porque ainda não foram apreciados três projetos cujo prazo de tramitação em regime de urgência constitucional já venceu. São eles o projeto que trata do agravamento de penas para falso testemunho, o que cria restrições aos regimes especiais de prisão e o que regulamenta o Fundo de Combate e Erradicação da Pobreza. O Senado continua tentando mostrar que não está paralisado pela crise e pode votar esta semana mais alguma proposta relacionada à reforma política. Mas os projetos da reforma microeconômica, de interesse do governo, continuam parados. Isso deve ser criticado hoje pelo líder do PPS, senador Paulo Hartung (ES), que vai à tribuna do plenário para pedir agilidade na tramitação da reforma na Lei das Sociedades por Ações e anunciar que está apresentando nove emendas a esse projeto de lei, as quais, segundo ele, devolvem aos acionistas minoritários alguns benefícios retirados na negociação para votação da proposta no plenário da Câmara.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.