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CPI contra governo de Yeda termina com 2 relatórios

Por Elder Ogliari
Atualização:

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou supostos atos de corrupção de empresários e agentes políticos do Rio Grande do Sul chegou ao fim hoje com dois relatórios. O oficial, que deve ser aprovado à noite pela base aliada da governadora Yeda Crusius (PSDB) majoritária na comissão, não apontou irregularidades. O paralelo, elaborado como voto em separado pela oposição, afirmou que um esquema montado por empresários com cobertura de políticos direcionava licitações, superfaturava obras e serviços, tinha tentáculos em diferentes órgãos da administração pública e distribuía propinas a agentes públicos.A aprovação do relatório de Coffy Rodrigues (PSDB), pela maioria, acaba com mais um foco de preocupações do governo tucano do Estado, acossado por uma série de acusações em 2009. Antes da CPI, os aliados também haviam livrado Yeda de um processo de impeachment na Assembleia Legislativa, votando em bloco pela rejeição da tramitação, em outubro. Ao mesmo tempo, o Tribunal Regional Federal (TRF) afastou a governadora da condição de ré de uma ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público Federal (MPF) por entender que a Justiça Federal não é o foro adequado para julgamento de chefes do Executivo. O assunto ainda está sendo examinado pela Procuradoria Geral da República, em Brasília.Segundo Coffy, a oposição usou dados de investigações da Polícia Federal (PF) que não encontraram "absolutamente nada de relevante" para fazer uma campanha de perseguição política contra o governo gaúcho. O relator também não encontrou qualquer indício de constrangimento de diretores do Departamento Estadual de Trânsito (Detran) para que reconhecessem uma dívida de R$ 16 milhões da autarquia com a empresa de guinchos Atento. E afirmou que a presidente da Comissão, Stela Farias (PT), foi arbitrária ao impedi-lo de apresentar um plano de trabalho.O relatório paralelo, elaborado pela oposição para ser transformado em representação ao MP, apontou 32 envolvidos, entre as quais Yeda e o próprio autor do documento oficial como conhecedoras ou participantes de uma ou mais irregularidades que teriam desviado R$ 44 milhões do Detran e mais de R$ 300 milhões de diversas obras e serviços investigados pela PF na Operação Solidária.

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