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Covas é um guerreiro, dizem médicos na coletiva.

Na entrevista coletiva do início da tarde de hoje, os médicos do governador Mário Covas enfatizaram três pontos básicos. O primeiro é que quem ouvir outros especialistas que não a equipe encarregada de cuidar de Covas divulgará informações incorretas. O segundo ponto é que o paciente Mário Covas é um guerreiro - e "quem fizer prognóstico de Mário Covas vai se dar mal". O terceiro ponto é a questão do respeito à dignidade do paciente.

Por Agencia Estado
Atualização:

Na entrevista coletiva do início da tarde de hoje, os médicos do governador Mário Covas enfatizaram três pontos básicos. O primeiro é que quem ouvir outros especialistas que não a equipe encarregada de cuidar de Covas divulgará informações incorretas; a situação é grave, e não se esconde isso - mas o noticiário, especialmente o das rádios e TVs hoje de manhã, às vezes parece se referir a outro paciente, e não o governador, até porque o estado dele, hoje, era bem melhor do que ontem. O segundo ponto é que o paciente Mário Covas é um guerreiro - e "quem fizer prognóstico de Mário Covas vai se dar mal". "Há dois anos e meio vocês ouvem nós três falando a mesma coisa. O Mário Covas é um guerreiro, ele vai para frente, ele vai à luta. Ele jamais cedeu um espaço para a doença e ele não vai continuar cedendo. Nem ele nem nós", insistiu o infectologista David Uip. O terceiro ponto realçado na entrevista de hoje é aquele que já havia sido enfatizado na coletiva de ontem do dr. David Uip, que é a questão do respeito à dignidade do paciente. "Tem problemas é internado, é tratado, melhorou vai continuar a vida mesmo. Vai para o Governo, vai para Bertioga, vai fazer o que ele achar melhor. Isso se chama dignidade. E isso ele tem", disse David Uip. E o dr. Raul Cutait completou: "Tanto o governador como muitas outras pessoas vivem situações parecidas onde a doença questiona a própria vida, onde a morte convive mais de perto. E a gente sabe que aqueles que têm apego ao que fazem, que têm amor ao que fazem, que têm porque viver são mais guerreiros do que aqueles que a vida tem menos interesse. Então, o governador, como um indivíduo interessado no que faz, que tem amor no que ele faz, ele tem uma atitude de guerreiro. Como muitas outras pessoas também têm. E eu reforço o que foi comentado. Essa lição de vida é para a gente levar para quando chegar a nossa vez lá na frente." Eis a íntegra da entrevista: Sami Arap - Hoje nós viemos três aqui para expor as condições do governador. E eu devo dizer a vocês que o doutor David se acovardou e pediu para virmos junto porque ele estava com medo de ser sequestrado. David Uip - Muito obrigado pela presença. Eu vou fazer uma rápida introdução no sentido de tentarmos harmonizar a entrevista e as informações. Nós vamos falar do processo geral do que está acontecendo e é decisão da equipe médica não entrar em nível de detalhes. Detalhes de exames de laboratório, detalhes que nós entendemos que não são importantes do ponto de vista da condução do caso. O segundo aspecto, que é até um pedido de toda a equipe, é que hoje nós, por exemplo, ouvimos os noticiários da manhã. Os noticiários falavam de outro paciente, não era do governador Mário Covas. O que foi dito em todos os noticiários não bate com a realidade. Então, a nossa disposição de manter o tempo todo a transparência das informações tem o intuito de manter os ouvintes, os telespectadores, o público de vocês, bem informado. A expectativa que isso gera de eventualmente um noticiário que não tem nada a ver com o que está acontecendo objetiva e culmina uma afirmação que está errada. Então nós estamos sempre muito preocupados em passar exatamente o que está acontecendo a vocês, para que vocês possam reproduzir a realidade do quadro clínico do governador. Entendam que nós não vamos entrar no nível de detalhamento porque existem situações, são inúmeras, que são variáveis durante o dia. Então, saber sobre o exame de laboratório, se aumentou ou diminuiu, saber o detalhe de um resultado, isso altera durante todas as 24 horas. Agora, nós não queremos gerar expectativas, nós não queremos gerar informações incorretas e é por isso que nós temos o boletim oficial, que é resultado de uma reunião de toda a equipe médica, que envolve mais de 15 médicos. Então, esse boletim é o final de ponderações e conclusões de toda uma equipe. Uma outra gentileza que eu vou pedir a vocês: nós não vamos estar falando fora da entrevista coletiva porque isso está gerando também a expectativa de informações que são incorretas. Eu vou ser muito claro, eu vou exemplificar o que estou falando. Eu ouvi hoje de manhã dizerem que durante a noite foram trocados os antibióticos. O governador está com os mesmos antibióticos desde sábado de manhã. O responsável por essa área específica sou eu. Então, em momento algum nós trocamos os antibióticos. Uma outra informação que eu ouvi hoje de manhã é que nós passamos a noite com uma sonda desobstruindo o intestino do governador. Vocês leram no boletim que há uma obstrução e ninguém tentou coisa alguma desse tipo porque não é possível. Está aqui o doutor Raul Cutait para explicar. Nós ouvimos informações, eu ouvi informações, há respeito do funcionamento do rim. Está aqui o professor Sami Arap que vai explicar como isso funciona. Então, com toda a franqueza, a necessidade que o momento exige e a transparência, nós vamos procurar fazer com que isso se torne menos penoso para todo mundo. Para nós, para vocês, para quem ouve, para quem vê vocês e para a família. Como é que se faz isso? Sendo o mais objetivo, o mais claro e continuando sendo transparente em todas as informações. Então, a partir de agora nós estamos à disposição de vocês para responder as perguntas que sejam pertinentes. Pergunta - O senhor falou no boletim de discreta melhora, o que isso quer dizer exatamente? David Uip - A gravidade do governador continua. É um estado clínico grave. Nós temos parâmetros que nos levam a acreditar que houve uma discreta melhora: a diminuição da frequência cardíaca, ele está melhor hidratado, existe indicações de que há uma melhora do processo infeccioso, mas eu acho que se limita a isso. Pergunta - Ontem o senhor disse que era o momento mais grave que o governador estava passando. Muda alguma coisa com essa melhora? David Uip - O boletim é claro em dizer que o quadro continua grave. Raul Cutait - Existe uma grande quantidade de situações que são todas elas perigosas. O governador passa por uma série de atitudes médicas para tentar controlar cada uma delas. Algumas melhoram mais rapidamente, outras nem tanto e outras nós não sabemos. O que o doutor Uip está tentando dizer é que, no conjunto, houve uma melhora geral do quadro clínico embora ainda uma situação que é instável e que não dá para antever qual vai ser a sequência. Então, as medidas médicas que estão sendo tomadas estão produzindo algum resultado embora não nos dê segurança de que ele continuará melhorando como aparentemente melhorou de ontem para hoje. Pergunta - Isso é um sinal de que o quadro geral do governador é reversível? David Uip - Nós não falamos em futurologia. Nós falamos em dia-a-dia. Neste momento é isso que o doutor Raul falou. Existe um quadro clínico grave e que a medidas estão sendo tomadas. Quero dizer mais uma coisa que eu acho que não fui claro ontem, que não consegui explicar. O fato de a decisão da equipe médica atendendo a solicitação da família e especialmente do governador de não levá-lo à UTI não quer dizer que ele está recebendo condutas menos importantes do que receberia. Nós temos condições dentro do Instituto do Coração de montar a estrutura que é necessária para esse momento para o governador no quarto que ele está. E isso está sendo feito. Ele está recebendo todo o suporte médico, de enfermagem, fisioterapêutico, medicamentos e monitorização de que necessita. Pergunta - No quarto há uma instalação semelhante a UTI? David Uip - Ele tem a assistência de uma UTI no quarto dele. Ele está sendo monitorado com todos os parâmetros, com toda a modernidade que esse Instituto dispõe. Pergunta - Ele está sentindo dor? David Uip - Não, ele não está sentindo dor. Pergunta - Quanto a obstrução intestinal, há alguma ação a ser tomada? David Uip - A primeira fase é tentar recuperá-lo dessas intercorrências pelas quais está passando. A obstrução intestinal é um problema a ser resolvido posteriormente. Vai depender de ele conseguir ultrapassar essa fase de tormenta atual. Pergunta - Doutor Raul, o senhor disse que ´alguns dados a gente não sabe´. O que não se sabe e o senhor gostaria de saber? Raul Cutait - Quando você tem um paciente que tem várias complicações de vários órgãos, são oferecidos tratamentos para melhorar cada uma das situações específicas. Agora, se o que está sendo feito vai produzir os efeitos desejados, nós precisamos de tempo para saber. O indivíduo pode responder muito bem a tudo o que está sendo feito, como pode em alguma das áreas a resposta não ser a desejada. E aí é como um time de alpinistas subindo. Se um deles escorrega e cai, que é um órgão que não funciona bem, pode puxar os outros para baixo. E isso é o sistema que foi comentado ontem, de falência de múltiplos órgãos. Ele pode suplantar a situação pela qual está passando agora e aí vai dar condições da gente poder pensar no que fazer com a obstrução intestinal ou não. Pergunta - Qual é o órgão que preocupa mais? Raul Cutait - É o conjunto. Pergunta- Doutor David, qual o nível de consciência do governador hoje? David Uip - O governador está consciente. Ele alterna períodos de consciência com sonolência. É diferente de ontem que ele tinha consciência e torpor. Hoje ele tem consciência e sonolência, próprio do indivíduo que está desgastado com tudo isso. Ele está cansado. Hoje ele está mais sonolento do que torporoso. E ele alterna momentos de absoluta lucidez. Pergunta - Nesses momentos de lucidez ele se queixa de alguma coisa? David Uip - Não. Ele não tem dor. Pergunta - Ele não sente dor? David Uip - Não. Pergunta - Ele permanece sedado? David Uip - Ele não está sedado, ele não tem dor e um dos objetivos da equipe obviamente é o conforto do governador. Pergunta - Há alguma coisa que poderia fazer o intestino voltar a funcionar, alguma cirurgia? No caso dos rins também há alguma intervenção externa que possa ser feita? Raul Cutait - A gente nem sabe exatamente a causa da obstrução intestinal e neste momento isso não é a coisa mais importante. Porque mesmo sabendo qual é a causa e portanto saber se o tratamento necessitará de cirurgia, isso é coisa lá para frente. De qualquer maneira, mesmo que ele possa eventualmente usar de cirurgia, ele não está em condições de passar pelo processo cirúrgico. Então, essa é uma coisa para se ver para frente. Nós estamos agora numa outra briga, a briga de mantê-lo vivo, corrigindo todos os problemas que existem no momento. Pergunta - E o sistema renal? Sami Arap - A parte urinária do governador, desde a primeira cirurgia, vem se mantendo absolutamente inalterada. A bexiga funcionando, continente, etc. acontece que desde o episódio da descompensação, da trombose venosa, ele teve alterações de pressão, de hidratação que levaram à diminuição da diurese. A melhora que o doutor David se refere é que de ontem para hoje ele foi melhor expandido, melhor hidratado e respondeu aumentando a diurese. Então, isso é um sinal muito favorável. Hoje, para melhor controle desse diurese e porque o governador está debilitado, nós colocamos uma sonda vesical. E ele está tendo um controle rigoroso, de minuto a minuto, da sua diurese. Pergunta - E a hipótese da diálise? Sami Arap - Não, isso não foi nem cogitado. Isso é o tipo da coisa que saiu, apareceu, por especulação da imprensa ou por alguém Ter dito que quando o rim não funciona se dialisa. O governador está com uma creatinina de um e meio - nós não íamos dar esses números - o que mostra que ele está equilibrado do ponto de vista renal. Nem há hipótese de se falar em diálise nesse momento. O que não quer dizer que daqui dois ou três dias isso possa se tornar necessário. Tudo vai ser avaliado dia-a-dia e minuto-a-minuto. É por isso que nós estamos dizendo que não podemos descer a detalhes. Porque o que é dito agora, daqui há três horas é diferente num doente com a instabilidade do quadro do governador. Portanto quando vocês pegam no detalhe de onde é a infecção, não é relevante. O que importa é que está com um quadro séptico, ele está com coagulação intravascular, ele está com trombose, teve obstrução intestinal. Este conjunto é muito oscilante, vai variando e qualquer informação que é dada hoje se modifica daqui três ou quatro horas. Nós vamos seguir de hora em hora o paciente, com toda a atenção, como estamos fazendo. Pergunta - Eu quero saber se o governador, nos momentos de consciência, quer saber o que está acontecendo, como ele está? David Uip - Nós da equipe o mantemos informado de tudo o que está acontecendo e cada atitude médica que vai ser tomada ele e a família são constantemente informados. Então ele está absolutamente ao par de tudo. Pergunta - O senhor disse que o quadro estava evoluindo para falência múltipla dos órgãos, isso está mantido? David Uip - Não, não disse isso. Eu falei que uma das possibilidades é que quadros como esse podiam encaminhar para insuficiência de múltiplos órgãos. Nada mudou em relação a ontem. Pergunta - Mas há essa possibilidade? David Uip - Sempre há. Como o doutor Raul falou, existem vários órgãos envolvidos numa situação de gravidade. Isso pode reverter tudo, como pode encaminhar para outras insuficiências, como no exemplo do alpinista que ele deu. Pergunta - Qual é o inimigo principal nesse momento? O que está se fazendo exatamente, qual é o tratamento e em que direção? Raul Cutait - Corrigir a bulimia, corrigir a função renal, corrigir a infecção, corrigir trombose, corrigir os problemas de coagulação. São todos os problemas gerais de um paciente que tem um problema de base importante. Então, nada mais agressivo pode ser tentado ou imaginado antes de se corrigir essas situações como um todo. E essa é que está sendo a briga da equipe e é o conjunto dessas alterações que estão pondo a vida do governador em risco neste momento. Pergunta - Esse controle está sendo feito com antibiótico? Raul Cutait - Inclusive antibiótico. Uma série de medidas estão sendo tomadas, inclusive antibiótico. Pergunta - É possível conter o avanço do processo infeccioso? David Uip - Conforme está no boletim, nós temos evidências que ele melhorou do processo infeccioso. Conter ou não, só o tempo. Pergunta - A equipe médica adotou uma medicação de quarta geração, mais potente... David Uip - Isso é fofoca, isso é boato. É isso que nós queremos acabar. Nós não discutimos diálise, nós não trocamos antibióticos e nós não passamos sonda intestinagástrica. Eu nem conheço isso. Então, isso é boato, isso é fofoca, não aconteceu. Pergunta - E a alimentação? David Uip - A alimentação a equipe decidiu hoje introduzir alimentação parenteral (pela veia) que é o que ele precisa, do suporte nutricional por via venosa. Pergunta - Em relação ao sistema circulatório, alguma alteração sanguínea? David Uip - Ele está sendo anticoagulado. A equipe de hematologistas do Incor está fazendo isso. Pergunta - O senhor pode descrever todos os medicamentos? David Uip - Nós não vamos descrever medicamentos. Não tem o menor nexo porque a cada pouco nós estamos alternando, se dá mais soro, menos soro. Isso não tem relevância no momento. Pergunta - O governador está recebendo visitas, ele pode receber a visita do presidente Fernando Henrique Cardoso, quem ele já recebeu hoje? David Uip - Eu hoje não o vi receber visitas. A decisão de receber visitas é dele e da família. Pergunta - Mas ele tem condições... David Uip - Ele tem condições. Pergunta - Como foi a noite do governador? Ele dormiu a noite toda? David Uip - Ele alternou sono e períodos acordado, lucidamente. Sem problema. Pergunta - Ele não foi sedado durante a noite? David Uip - Eu vou insistir que ele não foi sedado em momento algum. Pergunta - Existem um problema mais grave dentre todos esses? David Uip - Olha, isso eu quero dizer a vocês. É educativo. Não dá para nós aumentarmos a gravidade. As pessoas me perguntam: ´escuta, mas ele pode ter´. Chega de gravidade. Agora está na hora de rezar, torcer para as coisas darem certo. Nenhum de nós, muito menos o governador, precisa de mais nada grave. Nenhum de nós chegou aqui e tentou diminuir a gravidade. Nós estamos falando que é grave. Agora, está na hora de torcer a favor. Está na hora, não que vocês não tenham torcido, mas até rezar. Existem outras coisas que colaboram nessa hora. Chega de má notícia, de pessimismo. Vamos tentar uma corrente para frente, sei lá. Chega de querer mais problemas. Pergunta - Há dois anos o governador Mário Covas é um paciente grave. Ele tem problemas, intercorrências e ele sempre surpreende. Ele passou por uma cirurgia a dois meses atrás muito grande e ele continuou no Governo, e depois ele teve câncer na meninge e continuou no Governo também. Esse é um paciente que surpreende? David Uip - Eu falei ontem e repito. Esse homem é um guerreiro. Quem fizer prognóstico do Mário Covas vai se dar mal. Há dois anos e meio vocês ouvem nós três falando a mesma coisa. O Mário Covas é um guerreiro, ele vai para frente, ele vai à luta. Ele jamais cedeu um espaço para a doença e ele não vai continuar cedendo. Nem ele nem nós. Então, prognóstico para um doente grave, a gente já não faz. Para Mário Covas, muito menos. Ele tem aquele embate de ir à luta. E assim tem que ser o doente grave. Eu acho que o Mário Covas é uma lição para todas as pessoas. Porque essa equipe toda está habituada a lidar com doente grave. Se a gravidade da doença para o doente esmorecer a equipe, não existe mais doente. Tem uma coisa interessante que eu quero passar para vocês. Muita gente está habituada a lidar com a doença com duas variáveis: a morte e a vida. Ou morreu ou ficou vivo. Não é isso. Hoje tem o doente crônico, e cada vez vai Ter mais, que faz próteses, que faz transplantes, que tem câncer, que faz quimioterapia. Tem problemas é internado, é tratado, melhorou vai continuar a vida mesmo. Vai para o Governo, vai para Bertioga, vai fazer o que ele achar melhor. Isso se chama dignidade. E isso ele tem. Raul Cutait - Tanto o governador como muitas outras pessoas vivem situações parecidas onde a doença questiona a própria vida, onde a morte convive mais de perto. E a gente sabe que aqueles que têm apego ao que fazem, que têm amor ao que fazem, que têm porque viver são mais guerreiros do que aqueles que a vida tem menos interesse. Então, o governador, como um indivíduo interessado no que faz, que tem amor no que ele faz, ele tem uma atitude de guerreiro. Como muitas outras pessoas também têm. E eu reforço o que foi comentado. Essa lição de vida é para a gente levar para quando chegar a nossa vez lá na frente. Pergunta - Há alguma suspeita de metástase? David Uip - Isso nem está sendo cogitado. Não é nem importante. Pergunta - Não há previsão de intervenção cirúrgica para desobstrução intestinal mesmo que haja uma estabilidade do quadro clínico? Raul Cutait - A partir do momento que tudo o que está acontecendo com ele for controlado, aí que nós teremos a necessidade de verificar porque está obstruído e pode até acontecer de desobstruir sozinho. Mas não é nada para se resolver a toque de caixa. Até porque a partir de hoje ele começa com alimentação parenteral, e o suporte nutricional que ele necessita já está sendo dado. Então, ele ficar em jejum uma semana, duas, três, não mudará nada contra. Mas tudo vai sempre depender dele melhorar de todos esses problemas que já foram aqui comentados. Pergunta - O que é alimentação parenteral? Raul Cutait - Alimentação por veia. Pergunta - E a sonda nasogástrica ele não tem mais? David Uip - Ele tem sim. Pergunta - Então ele tem alimentação pela sonda? David Uip - Não. Pela veia. O tubo digestivo precisa descansar. Raul Cutait - A sonda é só para tirar o líquido em excesso que pela obstrução não consegue progredir. Então a sonda é só para aliviar a pressão no tubo digestivo. O tudo digestivo estando agora fora de condições de funcionamento, ele não podendo se alimentar normalmente, a partir de hoje ele passa a ser alimentado diretamente na veia, recebendo as proteínas, calorias e outros elementos necessários por um método que se chama alimentação parenteral.

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