Cortes de energia podem durar até 4 horas

Por Agencia Estado
Atualização:

Os cortes programados de energia poderão durar de duas a quatro horas por dia, caso não dê resultado a proposta de redução de consumo por meio de cotas. O plano, que será apresentado ao Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) na terça-feira, recomenda também que durante o dia seja cortado o fornecimento de luz elétrica prioritariamente para as residências. Os prédios comerciais e industriais ficariam sem energia fora do horário de expediente. Este plano é apresentado como "a última alternativa para provocar a adequação do consumo de energia às disponibilidades". Os grandes consumidores - como as indústrias - somente entrariam neste plano de cortes a partir de negociação direta entre as distribuidoras e as respectivas empresas. Ou seja, numa primeira etapa, o programa de cortes no fornecimento de eletricidade atingiria os consumidores de menor porte, como residências, prédios públicos, hotéis, motéis, áreas de lazer e iluminação de monumentos. Esta proposta de corte seria a alternativa para o caso de o programa de racionamento de consumo por meio de cotas não alcançar os resultados pretendidos. Os cálculos feitos pelas distribuidoras até o momento indicam que os consumidores residenciais terão cotas de consumo diferentes. Ou seja, o cliente que utiliza uma maior parcela de luz elétrica vai ter de economizar mais, se comparado com os que usam menos energia elétrica. O programa de cortes recomenda que sejam evitados os desligamentos em aeroportos, terminais rodoviários e ferroviários, presídios, sinais de trânsito (semáforos), iluminação pública, instalações militares e hospitais. Estes casos específicos, segundo aponta o plano de racionamento, estão ligados aos riscos elevados que os cortes poderiam acarretar à ordem pública. O plano determina que deve ser mantida a iluminação pública em áreas centrais, proximidades de escolas e locais de acentuada concentração de pessoas. O programa define os critérios a serem levados em conta para os cortes. É recomendado, por exemplo, que nos desligamentos que demandam uma duração maior sejam elaboradas tabelas de contigenciamento que permitam o rodízio do corte. O objetivo é evitar que uma mesma região fique mais tempo sem energia elétrica e outros bairros passem por um menor período de desabastecimento. Estes rodízios, diz o documento, podem ser executados semanalmente, com divulgação pela imprensa e avisos individualizados aos consumidores dos grupos mais importantes. O governo quer que, na medida do possível, os desligamentos ocorram durante o dia, em intervalos entre duas e quatro horas, por questões operacionais e "de segurança para a população". Na proposta, consta recomendação de que seja observado intervalo entre desligamentos no mínimo igual ao período em que a região ficou sem luz elétrica. Nas considerações finais, o documento informa que é "impossível qualquer medida para forçar a redução da demanda que não cause algum desgaste político e econômico."

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.