Corte no salário leva deputados ao plenário

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Por Agencia Estado
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Funcionou a decisão do presidente da Câmara, Aécio Neves (PSDB-MG), de cortar os salários dos deputados que, ontem, não estavam no plenário da Casa. Hoje, às 16 horas, o quórum na Câmara era de 381 deputados. E, no início da noite, nada menos que 474 dos 513 deputados tinham registrado presença no painel da Câmara. Mas Aécio Neves teve que escutar, antes de pôr em votação a medida provisória que renegociava as dívidas dos ruralistas, as lamúrias dos deputados, indignados com o "corte do ponto". "Reconheço que houve algumas injustiças", disse o presidente da Câmara. A principal reclamação dos deputados foi sobre o fato de estarem na Casa, reunidos em comissões, e terem levado falta porque não foram avisados sobre o início da sessão deliberativa. "Espero que, daqui para a frente, cada um de nós seja respeitado, porque muitos parlamentares que estavam reunidos em comissões foram considerados gazeteiros", afirmou o deputado Rodrigo Maia (PFL-RJ). "Defender a Casa é também preservar seus membros, e sua atitude não contribuiu para a imagem do parlamento", disse o deputado José Thomaz Nôno (PFL-AL). O deputado Aloísio Mercadante (PT-SP) era um dos mais revoltados e ameaçou bater-boca com o presidente da Câmara. Com o dedo em riste, acusou Aécio Neves de não estar na presidência às 15 horas, quando começam as sessões deliberativas da Câmara. "Se é para fazer um freio de arrumação, o senhor tinha que estar aqui sentado às 15 horas", argumentou Mercadante. "Se quer dar lição de comportamento e decoro, cumpra as norma escritas e não chegue com 45 minutos de atraso", completou. Aécio Neves entrou no plenário às 15h45 - a sessão começa oficialmente às 15 horas. Ele evitou responder ao petista. Limitou-se a comunicar que, a partir da semana que vem, as sessões deliberativas da Câmara voltam a ter início às 16 horas. Este era o horário antes do período de racionamento. Ontem, o presidente da Câmara encerrou a sessão às 16h39, por falta de quórum. Apenas 217 deputados haviam marcado presença. E para que a sessão deliberativa possa ter início é preciso, no mínimo, o registro de 257 deputados no painel. Muitos deputados estavam na Câmara, mas não haviam marcado presença. Mas, mesmo assim, terão seus salários cortados em cerca de R$ 400.

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