Corrupção é obstáculo para desenvolvimento político, afirma Rodrigo Janot

Ex-procurador-geral da República diz que solução para crise brasileira está na política

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Por Redação
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O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou nesta segunda-feira que a corrupção "é obstáculo para o desenvolvimento político". A declaração foi dada em uma palestra a alunos e professores de uma faculdade de Belo Horizonte. Segundo Janot, a saída para crise no País se dá na política e não fora dela. 

"A solução para o Brasil hoje, para a crise política que o Brasil vive, só pode acontecer através da política. Não há outra opção possível desse problema político que passa o país".

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O ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot Foto: André Dusek/Estadão

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Às vésperas da votação, no Congresso Nacional, da segunda denúncia contra o presidente da República, Michael Temer (PMDB), o ex-chefe do Ministério Público Federal (MPF) disse ainda esperar que o combate à corrupção no País continue e afirmou que a percepção sobre o Brasil no exterior melhorou depois das investigações contra a corrupção no país.

"Como o Brasil é visto lá fora depois de todas essas atividades que realizou, e que a gente espera que continue"?, disse Janot, que iniciou a palestra citando declaração do Papa Francisco, em que o chefe da Igreja Católica trata a corrupção como algo "sujo" e que "fede".

Em seguida, Janot apresentou dados que retirou do Fórum Econômico Mundial, que mostram o Brasil saindo da posição 120.ª para a 109.ª na lista das nações que mais combatem a corrupção.

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Janot deixou o cargo de procurador-geral da República, depois de dois mandatos, em 17 de setembro. Foi substituído por Raquel Dodge. O ex-procurador foi o responsável no MP pela maior parte da condução das investigações no âmbito da Lava-Jato.

Janot também fez um balanço sobre a Operação Lava-Jato. Disse que, até agora, foram abertos 1765 procedimentos e fechadas 120 colaborações premiadas no Supremo Tribunal Federal (STF).

Como vem acontecendo com frequência, Janot, mais uma vez, voltou a evitar a imprensa. Ao sair da escola, a intenção do ex-procurador era pegar um táxi. Quando soube da presença de repórteres na entrada da escola, conseguiu carona com um professor e deixou o local pela garagem.

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