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Corrida pela sucessão de Lula já começou no Congresso

Por Eugênia Lopes
Atualização:

Às vésperas do recesso, não é apenas a disputa pela presidência da Câmara e do Senado que mobiliza os parlamentares. De olho nas eleições de 2010, PT, PSDB e PMDB travam disputas internas para escolher seus futuros líderes, que terão papel de destaque nas articulações da sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Assim como o comando das duas Casas do Legislativo, a maioria dos novos líderes será definida em fevereiro de 2009. Um dos pré-candidatos do PSDB à Presidência, o governador José Serra não esconde seu interesse nas lideranças do partido no Congresso. Foi um pedido seu que levou o senador Arthur Virgílio (AM) a se manter na liderança do partido no Senado, cargo que ocupa desde fevereiro de 2003. Motivo: Serra não queria que o senador Tasso Jereissati (CE) assumisse o posto. Para desistir, Tasso recebeu a promessa de que em 2009 terá o nome indicado pelo partido para presidir a poderosa Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado. Ele é mais afinado com o governador de Minas, Aécio Neves, outro pré-candidato tucano. Se no Senado os ânimos ficaram apaziguados, o mesmo não ocorreu na Câmara. O líder José Aníbal (SP) ameaça alterar o estatuto do partido para ser reconduzido ao cargo em fevereiro. Aliados começaram a recolher assinaturas para reelegê-lo. Paralelamente, os deputados Emanuel Fernandes (SP) e Paulo Renato (SP) lançaram suas candidaturas para a liderança, com o apoio velado de Serra. No início do ano, o empenho de Aécio foi decisivo para a vitória de Aníbal na eleição de líder. Na época, Serra saiu desgastado com a derrota de seu candidato, Arnaldo Madeira (SP). A aliados, o governador de São Paulo confidenciou que acha o atual líder tucano "pouco confiável". E dá como exemplo o fato de ele ter assinado o pedido de urgência de votação para a emenda que aumenta os salários dos delegados de polícia, considerada "uma bomba fiscal", em especial São Paulo, com mais de 3 mil delegados. "Fui o último líder a assinar o pedido", alega Aníbal. PETISTAS Enquanto no Senado a escolha do futuro líder do PT foi tranqüila, com a indicação de Aloizio Mercadante (SP), a disputa interna na Câmara é acirrada. Apesar de haver quatro nomes na lista, os paulistas Cândido Vaccarezza e Paulo Teixeira são os que têm mais chances de ocupar a liderança do PT na Câmara. Vaccarezza é da tendência Novos Rumos, ligada ao grupo da ex-ministra Marta Suplicy. Foi ele quem ajudou a articular a campanha da petista à Prefeitura de São Paulo. Paulo Teixeira, da Mensagem ao Partido, é ligado ao grupo do secretário-geral do PT, José Eduardo Martins Cardozo (SP), e do ministro da Justiça, Tarso Genro. Ontem em São Paulo, Cardozo e Tarso discutiram os rumos do Mensagem ao Partido. O ministro falou em "vazio de referências" com relação à sucessão de Lula e disse apostar em uma "semeadura de novos líderes intermediários". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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