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Corregedoria sonega 13 volumes a tucano

Juiz da 8ª Vara da Justiça Federal ordenou que papéis seja entregues a Eduardo Jorge

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Por Leandro Colon
Atualização:

BRASÍLIA - Receita Federal sonegou do vice-presidente do PSDB, Eduardo Jorge, 13 volumes da investigação aberta pela corregedoria do órgão sobre a violação dos sigilos fiscais dele e de mais três pessoas ligadas ao comando do partido.

 

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Na semana passada, Eduardo Jorge conseguiu autorização da Justiça Federal para ter acesso aos autos. Ontem, ele descobriu que 13 volumes não foram entregues. Seus advogados procuraram o juiz da 8.ª Vara da Justiça Federal Antonio Claudio Macedo da Silva, autor da decisão anterior, e o comunicaram da postura do órgão do governo federal.

 

No fim da tarde, o juiz ordenou a entrega dos papéis. Segundo ele, as partes, no caso o governo, têm o dever de "cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais".

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Em seu despacho na semana passada, o mesmo juiz criticou a violação dos dados fiscais dos tucanos. "O Brasil convive há muito tempo com janelas quebradas na vizinhança da proteção ao sigilo", disse o magistrado.

 

O Estado revelou no sábado, 28, que a investigação exclui o funcionário Hamilton Mathias, que trabalha na mesma sala onde foi violado o sigilo dos tucanos. Mathias é delegado do Sindireceita (Sindicato dos servidores da Receita) no ABC, região de origem do PT. Apenas uma mesa o separa do computador de Adeildda Santos. Ao Estado, Hamilton disse ser inocente e estar tranquilo. Ele prestou depoimento à Corregedoria da Receita no dia 2 de agosto na condição de testemunha.

 

Naquele dia, negou qualquer envolvimento na consulta ilegal aos dados dos tucanos. Questionado pela corregedoria se tem ligações políticas, afirmou que "não é filiado, mas por residir em cidade pequena, Ribeirão Pires (SP), conhece o prefeito que é filiado ao PV, o vice-prefeito, e outras pessoas filiadas a partidos políticos diversos".

 

Além dele e Adeildda, mais dois servidores, Júlio Cezar Bertoldo e Gisleine Morgado, trabalhavam na mesma sala na época da violação dos sigilos. Em depoimentos, eles também negaram envolvimento no caso.

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