
05 de outubro de 2011 | 12h19
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), informou nesta quarta-feira, 5, que a Corregedoria Geral da Administração (CGA) encaminhará ao Ministério Público as conclusões da investigação sobre suposto esquema de recebimento de propina envolvendo o ex-deputado estadual José Antonio Bruno (DEM). Uma testemunha afirmou à corregedoria ter presenciado pagamento de propina em troca de emendas parlamentares no gabinete do então deputado, conhecido como Zé Bruno, na Assembleia Legislativa. O caso teria origem no suposto esquema de venda de emendas parlamentares que foi denunciado pelo deputado Roque Barbiere (PTB), revelado pelo Estado.
"O caso do ex-deputado José Bruno já está sendo averiguado pela Corregedoria do Estado antes da convocação do deputado Roque Barbiere", afirmou. "O caso está sendo averiguado com rapidez e rigor e será encaminhado ao Ministério Público", disse o governador, sem dar um prazo para a conclusão das investigações. O deputado nega as acusações.
Alckmin participou nesta quarta da solenidade de entrega de 21 veículos à Polícia Militar Rodoviária para o patrulhamento do trecho Sul do Rodoanel Mário Covas. No evento, voltou a cobrar de Barbiere que aponte "aquilo que sabe". Nessa terça-feira, 4, o parlamentar comparou a atividade da Assembleia Legislativa à de um camelódromo e alegou que teria alertado o secretário de Planejamento, Emanuel Fernandes, e a subsecretária de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, identificada como "delegada Rose", sobre possíveis irregularidades na destinação das verbas liberadas por emendas.
"Ele não citou um caso para ninguém. Pode entrevistar a delegada Rose ou o secretário Emanuel Fernandes", disse Alckmin. "E eu entendo que ele (Barbiere) tem o dever, como homem público, de apontar o que sabe."
O governador reafirmou que as informações sobre as emendas liberadas já foram publicadas na internet. "E tudo está transparente", garantiu.
'É estranho'. O ex-deputado Zé Bruno afirma que nunca vendeu emendas e afirmou achar "estranho" o fato de seus ex-assessores relatarem o caso somente após o fim do mandato. Zé Bruno atribui as acusações a pessoas ligadas a uma igreja a que pertenceu por 17 anos.
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