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Corregedor vê ''''briga por mesquinharia''''

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Por Redação
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O desembargador Raimundo Freire Cutrim, corregedor-geral do Tribunal de Justiça do Maranhão, classificou de ''''briga tupiniquim por mesquinharia'''' a denúncia do desembargador José Stélio Nunes Muniz. Alvo principal da acusação, Cutrim não admite suspeitas sobre sua conduta. ''''Não há nada de irregular nas diárias. Ele (Stélio) não consegue se eleger porque seu nome sofre uma rejeição enorme no tribunal. É um problema psicológico, ele está doente pelo poder. Quer ser presidente na marra.'''' Cutrim afirma que todas as diárias foram autorizadas porque tratavam de serviços de interesse da corte. ''''Tudo como a lei manda. É praxe em todas as gestões da corregedoria. A gente tem que fazer inspeções no interior, designar juízes para correições e também para participação em seminários e cursos de aperfeiçoamento em Brasília e em São Paulo, nos grandes centros. Aqui não tem nada.'''' Há 10 anos no TJ, Cutrim ingressou na magistratura em 1982. O corregedor ressaltou que as viagens só são autorizadas quando há disponibilidade orçamentária. Disse ainda que ''''tem conhecimento'''' de que uma desembargadora e um desembargador devolveram o dinheiro porque não viajaram. ''''A diária tem previsão na nossa lei orgânica e em outras normas. As viagens só são autorizadas se for em caráter de representação, a serviço ou para fazer cursos. Hoje (quinta-feira) despachei viagens a dois juízes da Família. Eles vão fazer um curso no Sul.'''' Segundo Cutrim, ''''é tudo legal''''. ''''Não tem nada de passeio, Deus me livre. Estou muito tranqüilo.'''' A desembargadora Anildes de Jesus Bernardes Chaves Cruz disse que foi ''''apanhada de surpresa'''' pela denúncia contra ela e garante ter viajado. ''''Estive em Belém, mas não sei se foi em setembro ou outubro.'''' O desembargador José Joaquim Figueiredo dos Anjos declarou que ''''realmente viajou a Belém a serviço da corte''''. Segundo ele, ''''Stélio também deu diárias a outros desembargadores''''. A desembargadora Nelma Sarney promete processar o acusador. ''''Se existe uma rede de poder ou de compra de votos, começou na gestão do Stélio como corregedor. Ele próprio recebeu R$ 80 mil em diárias.'''' Nelma afirmou que as diárias são legais. ''''Ele (Stélio) quer o poder, mas não ganha no voto. Por isso ameaçou com esse documento que trata, em verdade, de uma coisa corriqueira na administração pública. Vou à Justiça contra ele, é crime de injúria. Não tem um caso em que os colegas não tenham efetivamente viajado a trabalho. Se não viajaram na oportunidade marcada, viajaram em outra data.'''' Ela reuniu certidões que, segundo afirma, mapeiam diárias na gestão Stélio na Corregedoria-Geral. ''''Também tenho um dossiê. Quando Stélio foi corregedor era um festival de diárias. Levava a equipe toda, inclusive marido e mulher. É isso mesmo. Comigo é jogo aberto.'''' O desembargador Jamil de Miranda Gedeon Neto defendeu apuração dos fatos. Ele repudiou com veemência insinuações acerca de seu comportamento. Vai requerer à presidência do TJ certidão relativa a todas as diárias em seu nome. Gedeon declarou que se não viajou ''''é porque estava trabalhando na corte, o que mostra que não houve dolo ou dano''''. ''''Às vezes acontece de não ir numa data e a viagem ocorrer na semana seguinte. Se eu tivesse alguma intenção de me locupletar, não teria ido trabalhar no TJ no dia marcado para a viagem. Tenho uma história no tribunal, já exerci vários cargos públicos.'''' O desembargador Mário Lima Reis disse que viajou ''''a convite do corregedor'''' para Vitória. ''''Fui a um encontro de corregedores-gerais. Não sei os motivos de Stélio fazer isso.'''' Benedito de Jesus Guimarães Belo informou que em ofício em agosto ''''providenciou a devolução do valor das diárias que não utilizou''''. Raymundo Liciano de Carvalho e Raimunda Santos Bezerra não foram localizados. Etelvina Luiza Ribeiro Gonçalves não se manifestou.

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