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Corregedor do CNJ quer processo contra desembargador do ES

Pimentel é acusado de crimes contra administração pública e de participar de esquema de venda de sentenças

Por Mariângela Gallucci e de O Estado de S. Paulo
Atualização:

Depois de receber cópia do inquérito aberto no Superior Tribunal de Justiça (STJ) para investigar desembargadores do Espírito Santo suspeitos de vender decisões, o corregedor nacional de Justiça, Gilson Dipp, informou na última terça-feira, 16, aos seus colegas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que os fatos são tão graves e que dispensará a abertura de uma sindicância no CNJ para apurar as supostas irregularidades. Para ele, as informações são suficientes para o plenário do CNJ decidir se abre ou não processo administrativo contra o presidente afastado do Tribunal de Justiça do Espírito Santo, Frederico Guilherme Pimentel.  Veja Também:Confira a cronologia e entenda a Operação Naufrágio "A sindicância faz uma apuração, procura ouvir as partes e apurar os fatos. Esses fatos já estão apurados no inquérito que está no STJ (Superior Tribunal de Justiça). Eu recebi as mídias, são horas e horas de gravação, que dispensariam a sindicância. Esses dados já são suficientes sobre a necessidade ou não de abertura de um processo administrativo disciplinar", disse Dipp. Pimentel foi um dos oito presos na Operação Naufrágio da Polícia Federal (PF), que na semana passada desarticulou uma quadrilha comandada por magistrados no Espírito Santo, acusada de venda de sentenças e crimes contra a administração pública. Dipp resolveu pedir informações aos suspeitos de envolvimento com a venda de decisões judiciais. Depois de receber essas informações, o CNJ deverá analisar se abre ou não um processo contra os magistrados que estão sob suspeita. Mas a decisão somente deverá sair no início do próximo ano porque o CNJ entrará na próxima semana em recesso e somente deve retomar os trabalhos em 2009. No início do mês, esses magistrados foram presos durante a Operação Naufrágio da Polícia Federal. O Tribunal de Justiça do Espírito Santo determinou o afastamento do presidente do órgão, Frederico Pimentel, e de outros magistrados suspeitos. Questionado se eles deveriam ser mantidos afastados, Dipp respondeu com uma pergunta: "Será que é oportuno e conveniente para os investigados, para o tribunal e para os jurisdicionados que eles votem a atuar?"

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