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Corregedor da PF iniciará investigação sobre Menezes no Amapá

Se acusações forem comprovadas, ex-diretor poderá ser demitido; PF já decidiu que ele não retorna ao cargo

Por Felipe Recondo
Atualização:

O corregedor-geral da Polícia Federal, José Ivan Guimarães Lobato, viajou na quinta-feira, 19, para o Amapá para iniciar a investigação interna sobre o desvio de conduta por parte do ex-diretor-executivo da corporação Romero Menezes. Se comprovadas as denúncias pela Corregedoria, Menezes pode até ser demitido. Caso contrário, o processo é arquivado. De qualquer forma, a cúpula da PF já decidiu que Menezes não retorna ao cargo, mesmo que nenhuma das acusações seja comprovada. Veja Também: Grampos: Entenda a crise Delegado não volta mais ao posto de número 2 da PF Número dois da PF é solto após Justiça revogar prisão Tarso diz que prisão do número 2 da PF foi desnecessária Afastado da cúpula da PF desde terça-feira, 16, Menezes é investigado por tráfico de influência em favor do irmão, José Gomes de Menezes Júnior, advocacia administrativa e por supostamente ter vazado informações da Operação Toque de Midas, deflagrada em julho para apurar indícios de fraude na licitação da concessão da estrada de ferro entre Serra do Navio e Porto de Santana, no Amapá, vencida pela MMX, do empresário Eike Batista. No decorrer do processo na Corregedoria, que não tem prazo para ser concluído, Menezes prestará depoimento para se defender das acusações e poderá arrolar testemunhas. Para auxiliar as investigações, o corregedor deve pedir à Justiça acesso aos documentos obtidos pelo procurador da República que cuida das investigações, Douglas Santos Araújo. Porém, o corregedor pode ter dificuldades, já que as investigações correm em segredo de Justiça. Dentre os documentos em posse da Justiça estão transcrições de grampos telefônicos em que Menezes supostamente pressiona o superintendente da PF no Amapá, Anderson Rui Fontel de Oliveira, para concluir o processo em que o irmão pede o credenciamento como instrutor de tiro. Em outra gravação, o gerente da MMX, Renato Camargo, e José Gomes discutiriam uma forma de manipular o inquérito policial que apura a prática de crime ambiental pela MMX. Nas conversas, prevêem o afastamento do delegado responsável pela investigação com o auxílio de Menezes. Além dos grampos, o procurador da República responsável pela apuração afirma haver no inquérito provas documentais e testemunhais que comprovariam os indícios contra Menezes.

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