Correção: Oposição quer ampliar ação contra grampo

Por Cida Fontes
Atualização:

A nota enviada anteriormente contém um erro. O comunicado do PSDB sobre o grampo ilegal no STF será divulgado no horário eleitoral gratuito dos candidatos do partido às prefeituras nos próximos dias, e não hoje. Segue o texto corrigido: Insatisfeita com medidas tomadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para apurar a responsabilidade do grampo telefônico entre o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, e o senador Demóstenes Torres (DEM-GO), a oposição decidiu reagir e ampliar a mobilização, envolvendo todos os partidos políticos - inclusive os da base aliada -, o Ministério Público (MP) e setores da sociedade, como Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e a Associação Brasileira de Imprensa (ABI). Apesar de afirmar que "ninguém quer atingir Lula", o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), cobrou: "É preciso que o presidente assuma sua autoridade e seu comando", afirmou o senador, depois da reunião da Executiva Nacional do partido. Antes, Guerra recebeu os presidentes do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), e do PPS, Roberto Freire, quando tomaram algumas iniciativas conjuntas. Além de pedir uma investigação independente, para que a apuração não fique apenas nas mãos de órgãos do governo federal, eles vão procurar outros dirigentes partidários. "Isso não é uma questão de partido, de oposição ou governo, é das instituições. A defesa do governo é de dispersão e banalização do episódio. A sociedade tem que reagir pois a democracia está sendo ameaçada", disse Sérgio Guerra. "A oposição vai reagir e isso nada tem a ver com as eleições mas com a democracia." Apesar de afirmar que o grampo não será objeto da campanha eleitoral, o senador informou que o PSDB vai divulgar um comunicado nos próximos dias no horário eleitoral gratuito de todos os candidatos do partido às prefeituras. Presidente do Senado A oposição manifestou também irritação com a atitude do presidente do Senado, Garibaldi Alves (PMDB-RN), que não teria assumido uma postura enérgica frente à escuta clandestina, como se o problema não tivesse atingido o Congresso, além do Judiciário. O PSDB vai exigir uma sessão conjunta para que Garibaldi informe que providências tomou em relação ao episódio. A proposta do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) foi aprovada pelo comando nacional do partido e será levada aos demais dirigentes partidários. "É inconcebível que o presidente do Senado não tenha tomado medidas enérgicas", afirmou Sérgio Guerra, para quem Garibaldi não agiu para fortalecer a autoridade do Legislativo e exigir o respeito das instituições. CPI A pedido dos líderes na Câmara e no Senado, o comando nacional do PSDB apoiou a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) nas duas Casas para investigar especificamente o grampo da conversa telefônica entre Gilmar Mendes e Demóstenes. Ao criticar as iniciativas "secundárias" do governo, Sérgio Guerra reforçou a posição do DEM que defende a demissão do ministro chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Félix. "Ele já devia ter sido demitido por omissão, incompetência ou atuação."

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