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Correção: Mantega nega que boletim favoreça Lula e Dilma

Por Anne Warth
Atualização:

O título do texto enviado anteriormente ficou incompleto. Segue a versão corrigida:O ministro da Fazenda, Guido Mantega, negou hoje que os dados do boletim Economia Brasileira em Perspectiva, divulgado na última terça-feira pelo ministério, tenha como objetivo favorecer o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a campanha da candidata Dilma Rousseff (PT) à Presidência da República. Em entrevista à imprensa nesta tarde em São Paulo, Mantega reconheceu que apenas uma das informações publicada no boletim de 136 páginas está errada. Segundo ele, há um erro na publicação de um gráfico com o desempenho do superávit primário dos últimos 12 anos. No texto de apresentação, o Ministério da Fazenda informa que o setor público consolidado, incluindo Estados, municípios e estatais, teve superávit acima de 2% do PIB em todos os 12 anos. Mas o gráfico mostra que o saldo em 2009 foi de apenas 1,25% do PIB e neste ano, até junho, atingiu 1,4% do PIB."A afirmação (de um superávit acima de 2% do PIB nos últimos 12 anos) é absolutamente correta. Mas esse gráfico é só do governo central (não inclui Estados, municípios e estatais)", afirmou Mantega, contestando reportagem publicada hoje no jornal "Folha de S. Paulo". Ao longo da entrevista, o ministro questionou os dados apresentados pelo jornal e negou a acusação de manipular números em favor do governo Lula e da campanha de Dilma. De acordo com ele, o boletim também contém dados que podem ser interpretados como "negativos" para a campanha da petista, tais como a queda da produção industrial, a pesquisa mensal de comércio e o aumento do déficit das transações correntes - sem citar o período de comparação dos dados."Só porque é eleição, todo mundo põe chifre em cabeça de cavalo", disse Mantega, desafiando qualquer matemático a provar que as informações publicadas no último boletim estão erradas. O ministro admitiu, entretanto, a possibilidade que o boletim contenha algum outro erro, mas foi veemente ao negar as críticas publicadas pela Folha de S. Paulo. "Não somos infalíveis", disse Mantega."Em primeiro lugar, nós não manipulamos dados. Não sei se a Folha está manipulando informação. Dizer que manipulamos é um pouco demais", disse. O ministro acusou o jornal de manipular informação por meio da foto publicada na página nove da edição de hoje, em que Dilma aparece com um caderno do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Para ele, o jornal quer dar a entender que a candidata está com o boletim de estatísticas da Fazenda em mãos. "Isso é o que eu chamo de manipulação", disse, negando, entretanto, que pretenda entrar com alguma medida legal contra o jornal. De acordo com ele, a entrevista coletiva desta tarde foi convocada apenas para dar informações. "Não sei se eles vão publicar ou não (o esclarecimento)", acrescentou.Ao ser questionado sobre a necessidade da publicação do boletim, Mantega citou, como exemplo, o Relatório de Inflação publicado trimestralmente pelo Banco Central. Diante da informação de que o BC o faz por determinação legal, o ministro levantou a possibilidade de fazer um decreto que também torne legal a publicação do boletim estatístico da Fazenda. "Esse é o sétimo boletim que vem sendo feito e continuará sendo feito", afirmou Mantega que limitou a entrevista a esse tema.

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