Correção: Greenpeace ironiza postura de Alckmin na crise hídrica

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Por ANA FERNANDES
Atualização:

A nota enviada anteriormente continha uma incorreção. A Sabesp não suspendeu a política de descontos nos contratos de fornecimento de água para grandes clientes, mas os limites mínimos de consumo para que os clientes tenham acesso às tarifas contratuais. A seguir, a nota corrigida:O Greenpeace Brasil fez uma ação na esquina da Rua da Consolação com a Avenida Paulista, região nobre de São Paulo, para ironizar a postura do governo Geraldo Alckmin (PSDB) com relação à crise hídrica, aproveitando o Dia da Mentira, no 1º de abril.A campanha, exibida no início da noite desta quarta-feira, 1º, recuperou uma fala do governador e então candidato à reeleição no debate da TV Globo, em 30 de setembro. Na ocasião, Alckmin garantiu que "não falta água em São Paulo, não vai faltar água em São Paulo".O trecho do vídeo foi reproduzido na lateral de um prédio, após uma chamada com dizeres "plantão especial 1º de abril", com a conhecida música de plantão da Rede Globo. Enquanto a fala do governador era repetida, a entidade projetou um gráfico mostrando a queda do nível do Sistema Cantareira - que era o principal a abastecer a região metropolitana - desde março de 2012.O vídeo também critica os contratos com grandes consumidores, em um modelo que incentivou com descontos consumos maiores nos últimos anos. "As instituições beneficiadas gastam cerca de 2,25 bilhões de litros por mês, o suficiente para atender 400 mil pessoas", diz o texto da projeção.O porta-voz da campanha de clima e energia do Greenpeace, Pedro Telles, lembrou que a ONG trabalha há tempos com campanhas ligadas à falta de água em São Paulo. Disse que o time de comunicação, coletivamente, pensou em aproveitar o dia da mentira para denunciar a responsabilidade do governador. "O governador Geraldo Alckmin é sem dúvida nenhuma o maior responsável pela crise hídrica. O governo federal também, mas em uma parcela menor. O governo do Estado indica o presidente da Sabesp e o corpo regulador da Arsesp e o governo do Estado já sabe há mais de 10 anos que o nosso sistema hídrico caminhava para um colapso. Era o PSDB que estava no governo desde essa época, ou seja, é o mesmo partido político", afirmou Telles.Telles afirma que, nos cálculos do Greenpeace, acabar com o desconto para grandes consumidores quando atingem faixas superiores de uso de água poderia gerar uma economia anual de R$ 140 milhões. "Isso é uma coisa importante de lembrar neste momento em que está em discussão o aumento na tarifa de água, aumento este que é inaceitável e injusto".A Sabesp afirma ter suspendido, nesse período de crise, a exigência de consumo mínimo nos contratos de grandes clientes. Ou seja, a empresa alega ceder o mesmo desconto mesmo que as empresas consumam menos água. Mas os contratos de demanda firme continuam vigentes e, essa suspensão do estímulo para consumir mais, por ora é temporária.No fim de março, a agência reguladora Arsesp autorizou um aumento extraordinário de 13,8% na conta de água. A Sabesp, no entanto, considerou que o reajuste está aquém do que a empresa havia calculado para repor as perdas com a crise hídrica. A reivindicação da Sabesp será feita durante a consulta pública aberta pela Arsesp para receber sugestões, válida até 15 de abril.Procurada pela reportagem, a assessoria de imprensa do governo estadual não se pronunciou até a tarde desta quinta-feira, 2.

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