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Correa e Uribe trocam acusações pela imprensa

Por Denise Chrispim Marin , Lisandra Paraguassu e Brasília
Atualização:

Um bate-boca entre os presidentes Rafael Correa, do Equador, e Álvaro Uribe, da Colômbia, por meio da imprensa, deixou claro o clima de tensão que predominou na reunião de cúpula da União Sul-Americana de Nações (Unasul). Enquanto transcorria conversa reservada entre os chefes de Estado presentes ao encontro, Correa valia-se da imprensa para acusar como "deploráveis" constatações de Bogotá de que seu governo agiria em colaboração com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) e para advertir que as relações diplomáticas bilaterais não seriam plenamente reatadas enquanto tais "calúnias" fossem divulgadas. "Com o governo da Colômbia, pelos motivos que todos conhecem, há uma situação deplorável. Há um ponto morto, uma situação crítica. Todos desejamos que as relações bilaterais sejam reatadas o mais rápido possível. Mas com justiça", afirmou Correa. "Enquanto continuarem os ataques do governo colombiano, as campanhas na mídia, as calúnias de que eu teria ordenado às Forças Armadas não perseguir as Farc, de que o Equador abriga terroristas, é muito difícil reatar as relações." Também à imprensa, Uribe reagiu, depois de encontrar-se reservadamente com o presidente Lula no Itamaraty. "A Colômbia expressou suas posições esta manhã. Para isso são importantes essas reuniões, para que se diga tudo o que precisa dizer, e não se deixe de falar nas reuniões para dizer à imprensa." A briga estampou o momento delicado em que a Unasul teve seu tratado constitutivo assinado. O encontro tangenciou o conflito, em março, quando a Colômbia bombardeou um acampamento das Farc no Equador.

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