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Corpo de padre nicaragüense desaparece

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Por Agencia Estado
Atualização:

Aumentou hoje o mistério em torno da morte do padre nicaragüense William González, de 36 anos, ocorrida durante o vôo 4283 da Vasp - entre São Luís e Brasília -, na quinta-feira. O corpo do padre foi retirado do Instituto Médico-Legal (IML) de Brasília por volta das 23 horas de sexta-feira por desconhecidos que se identificaram como responsáveis. Desde então, não se tem mais informações sobre o corpo. O IML não divulgou o nome de quem retirou o corpo, a embaixada da Nicarágua ficou todo o dia com as portas fechadas. Na casa do embaixador Edgard Solis Martinez ninguém atendeu os telefonemas. A única informação oficial foi prestada por um funcionário do IML, que declarou que o cadáver tinha sido retirado do local por uma funerária e que o destino seria o embalsamento e depois o traslado para a Nicarágua. As funerárias de Brasília negaram ter preparado o corpo para a viagem. A Polícia Federal informou que desconhece o paradeiro do corpo e que apenas aguarda o resultado da análise do exame nas vísceras do padre, que estará pronto na segunda-feira. Oficialmente, o corpo do padre só pode ser levado do Brasil para o exterior com a autorização da PF. A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) também preferiu manter silêncio sobre o assunto, alegando que o padre pertencia a uma ordem autônoma dentro da Igreja Católica. O seminário Redemptoris Mater, onde o padre ficaria hospedado, permaneceu vazio durante o dia de hoje e sem dar informações sobre o caso. O diretor Polícia Civil de Brasília, Laerte Bessa, disse não ter informação sobre o caso e o assessor de imprensa da Secretaria de Segurança do Distrito Federal, coronel João Vítola, disse que o inquérito aberto pela 10ª Delegacia de Polícia tem 30 dias para ser concluído. O mistério do paradeiro do corpo do padre agora soma-se às circunstâncias estranhas da morte dele no avião da Vasp. O IML descartou a possibilidade de ele ter sido vítima de enforcamento no avião, enquanto permaneceu amarrado no fundo do aparelho, que foi cogitada logo após o desembarque. Relatos da PF e da companhia informam que o padre teria ingerido três doses de uísque, estava agitado, tentou invadir a cabine e foi amarrado com cordas. As normas de aviação civil permitem que passageiros que criem tumultos durante o vôo sejam amarrados. A reportagem passou o dia tentando contato telefônico com a Vasp, sem obter reposta.

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