PUBLICIDADE

Corpo de Gushiken é sepultado em SP

Autoridades e lideranças do PT compareceram ao velório; 'um amigo muito querido, uma pessoa muito generosa' disse Haddad

Por Nayara Fraga
Atualização:

O corpo do ex-ministro Luiz Gushiken chegou ao Cemitério do Redentor, na zona oeste de São Paulo, às 7h20, e o velório começou por volta das 8h. Lula, Dilma, José Genoino (PT-SP), Eduardo Suplicy e outros representantes e amigos do PT compareceram ao local.

PUBLICIDADE

Emocionado, Suplicy disse que Gushiken era uma pessoa muito querida e determinada. "Ele é um exemplo de valores para todos nós, brasileiros e brasileiras." O senador contou que havia visitado Gushiken no domingo e ficado impressionado com a magreza do ex-ministro. "Em que pese ele estar tomando morfina naquele momento, ele estava consciente e transmitiu-me um sorriso."

A presidente Dilma também esteve presente, mas saiu sem dar declarações à imprensa. Na sexta à noite,ela soltou uma nota lamentando a morte de Gushiken e ressaltando a "dor pela ausência que ele fará para todos os que tiveram a felicidade de conhecê-lo, que puderam compartilhar da sua sabedoria e capacidade de pensar como o Brasil poderia ser uma nação mais justa para todos".

José Américo, presidente da Câmara Municipal de São Paulo, disse que Gushiken foi um dos principais quadros do PT e da esquerda latino-americana. "Gushiken foi sindicalista, deputado, ministro, mas antes de tudo foi militante de uma perspicácia fora do comum".

Américo, que afirma ter militado com Gushiken nos anos 1970, destacou que o ex-ministro teve muita influência no PT e nas campanhas de Lula e que foi uma das pessoas mais próximas do ex-presidente.

O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, também compareceu ao velório no começo da tarde e disse ver com muita tristeza o falecimento do ex-ministro. "Um amigo muito querido, uma pessoa muito generosa. Sempre quando via um de nós em alguma situação difícil, ligava para se solidarizar. Um homem de muito valor, força e garra."

Ao sair do velório, o vice-presidente da República, Michel Temer, falou da serenidade com que Gushiken encarou a morte. Ele disse ter ouvido dos familiares de Gushiken que o ex-ministrou havia organizado sua despedida. "Ele chegou a vir até aqui, ao Cemitério do Redentor, para dizer 'quero ser enterrado aqui.'"

Publicidade

O ex-ministro morreu na noite desta sexta-feira, 13, na capital paulista, aos 63 anos, em decorrência de um câncer contra o qual lutava há 12 anos. Ele estava internado no Hospital Sírio-Libanês, na região central. 

Nascido em Osvaldo Cruz, interior paulista, em maio de 1950, Gushiken foi um dos fundadores do PT, onde ocupou diversos cargos, entre eles o de vice-presidente. Ao lado dos principais líderes da sigla, como Luiz Inácio Lula da Silva, José Dirceu e Ricardo Berzoini, foi também um dos fundadores da Central Única dos Trabalhadores. Em 1989, coordenou a campanha presidencial do Lula, que disputou e perdeu o 2º turno para Fernando Collor. Coordenou depois a de 1998.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.