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Corpo de cacique Waiãpi é exumado no Amapá

Emyra Waiãpi teria sido morto por ataque garimpeiros ilegais, dizem indígenas locais

Foto do author Felipe Frazão
Por Felipe Frazão
Atualização:

BRASÍLIA - O corpo do cacique Emyra Wajãpi, de 62 anos, foi exumado nesta sexta-feira, 2, em uma aldeia da Terra Indígena Wajãpi, no Amapá. O laudo com as causas da morte, que teria ocorrido último dia 23, ainda foi não divulgado, e pode demorar ainda 30 dias para ser concluído, porque depende de exames laboratoriais complementares.

Corpo de cacique Waiãpi é exumado Foto: Secretaria de Estado da Justiça e Segurança Pública do Amapá

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A exumação e o exame necroscópico foram realizados nesta sexta na terra indígena, a cerca de 300 quilômetros de Macapá, numa operação que envolveu 27 agentes públicos, entre médico legista e auxiliares da Polícia Técnico-Científica, agentes da Polícia Federal e do Grupo Tático Aéreo da Polícia Civil, que cedeu um helicóptero para o deslocamento.

A previsão inicial era que o corpo fosse desenterrado e levado em voo a Macapá para exames no Instituto Médico Legal. No entanto, os peritos optaram por realizar a necropsia na floresta, por causa da decomposição do corpo e para realizar um novo sepultamento de forma mais breve.

Os policiais chegaram em viaturas e helicóptero por volta das 10h. O exame pericial no cadáver demorou cerca de duas horas, e os restos mortais voltaram a ser enterrados a 15 quilômetros da Aldeia Aramirã, que serviu de base. Eles usaram o helicóptero para chegar ao local exato onde o cacique havia sido enterrado. Todo o procedimento, entre exumação, necropsia e novo sepultamento, demorou cerca de cinco horas.

Servidores da Fundação Nacional do Índio (Funai) prestaram apoio aos indígenas. Segundo os investigadores, essa foi a primeira vez que ocorreu uma exumação na Terra Indígena Wajãpi, algo não previsto na cultura da etnia.

Os líderes da etnia acusam garimpeiros ilegais de terem assassinado o cacique após invadirem a área. Em buscas iniciais, policiais militares e federais não encontraram vestígios de invasão, embora os indígenas tenham reiterado a denúncia nos últimos dias.

O Ministério Público Federal abriu dois procedimentos para apurar se houve invasão da terra indígena e a morte do cacique. O exame cadavérico é tido como um passo fundamental na apuração, para determinar causa, hora e dia do óbito.

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