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Convocação de Dilma pode virar convite, ameaça Jucá

Por Rosa Costa
Atualização:

O líder do governo no Senado, senador Romero Jucá (PMDB-RR), ameaçou valer-se da maioria governista na Comissão de Infra-Estrutura para transformar em convite a convocação da ministra Dilma Rousseff (Casa Civil), aprovada hoje. Jucá disse que poderá fazer isso caso chegue à conclusão de que a intenção dos oposicionistas é a de questionar Dilma em relação aos gastos com cartões corporativos da Presidência da República, que estão sendo investigados por uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPI) e não sobre as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). "Vamos ficar observando. Se (a convocação de Dilma) for para exploração política, vamos transformar a convocação em convite, durante os 30 dias (de prazo) que a ministra tem para comparecer aqui", afirmou Jucá. No caso de convocação, um ministro de Estado é obrigado, constitucionalmente, a comparecer. Quando se trata de convite, o ministro comparece ou não. Jucá concordou com a declaração do senador Flexa Ribeiro (PSDB-PA) de que os governistas, ao se ausentarem da sessão de hoje da Comissão de Infra-Estrutura, agiram para impedir que houvesse quórum na reunião. "Por isso, pedimos à base do governo que não estivesse aqui: para evitar debates que não são de interesse da comissão." Jucá acrescentou que "a ministra Dilma já foi convidada e em algum momento deverá comparecer", mas frisou que a intenção dos governistas é ouvir o que ela tem a dizer a respeito do PAC e não sobre o suposto dossiê dos cartões corporativos. A inclusão do dossiê entre os temas do futuro depoimento da ministro foi aprovada em aditamento apresentado ao requerimento pelo presidente da Comissão de Infra-Estrutura, senador Marconi Perillo (PSDB-GO). Depois, Perillo anunciou a retirada do aditamento, cuja aprovação foi possível por causa da ausência dos governistas. Depois de Jucá ameaçar valer-se da maioria governista para derrubar a convocação da ministra, Perillo lhe pediu que moderasse as palavras em relação à comissão. "Aqui, na presidência da comissão, Vossa Excelência não manda", avisou. E ironizou: "Pode mandar, sim, na Presidência da República." Flexa Ribeiro, referindo-se ao fato de que, após a aprovação da convocação de Dilma Rousseff houve uma corrida de governistas à comissão, disse que nunca viu uma sessão tão concorrida pela base do governo como a de hoje. Além de Jucá, acorreram à comissão a maioria dos senadores da base aliada ao governo.

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