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Convênio permite troca de informações entre polícias

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Por Agencia Estado
Atualização:

Os chefes de Polícia Civil da Região Sudeste assinaram hoje um convênio para troca de informações. Pelo documento, a base de dados de cada uma das polícias estará disponível para os colegas de Estados vizinhos pela rede de computadores. Um delegado indicado por chefe de polícia terá uma senha para acessar as informações. A intenção é dinamizar as investigações. As polícias do Rio, São Paulo, Espírito Santo e Minas Gerais poderão entrar nos cadastros de veículos, armas e identificação civil e criminal dos outros Estados. Para o diretor de Inteligência da Polícia Civil de São Paulo, delegado Massilon Bernardes, o convênio vai "desformalizar" a troca de informação. "São Paulo é rico em informação.O Rio também. Mas um não fala com o outro, a não ser que um delegado tenha algum conhecido em outro Estado. Esse convênio vai gerar ações mais qualificadas", afirmou. Bernardes acredita que o crime organizado será o principal alvo desse novo convênio. "Essa troca de dados vai beneficiar a investigação de quadrilhas de roubo de carro, que furtam o veículo em São Paulo, esquentam o documento no Rio e revendem em Minas, por exemplo. Também se sabe que todos os crimes de seqüestro do País têm seus mentores no Sudeste. Até os seqüestros cometidos no Nordeste". O chefe da Polícia Civil do RJ, delegado Zaqueu Teixeira lembrou que a troca de ofícios para conseguir uma informação pode levar até 30 dias. "Até hoje ainda estamos esperando para saber se os seqüestradores da atriz Vanessa Bueno cometeram crimes em São Paulo. Os criminosos ultrapassaram as fronteiras dos Estados e as policias precisam se unir para ampliar o poder de investigação", afirmou. Teixeira classificou o traficante Luiz Fernando da Costa o Fernandinho Beira-Mar, como "caso clássico" de criminoso que não respeita fronteiras. Ele foi condenado por tráfico em Minas Gerais, responde a inquéritos no Rio e na Paraíba e acabou preso na Colômbia. O chefe da polícia fluminense confirmou que os bancos de dados dos Estados serão usados também para investigar a união entre as facções criminosas Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital (PCC). "Mas não vamos ficar restritos a pequenas facções criminosas, vamos avançar como um todo", disse Zaqueu. A assessoria de Imprensa da Polícia Federal informou que o convênio não interfere nas atribuições da PF. "Os governos estaduais têm autonomia para firmar convênios em áreas que entendam necessárias e que ele não interfere nas atribuições da PF", afirmou o porta-voz, Sílvio Pinho.

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