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Controle da dengue será priorizado em 650 municípios

Por Agencia Estado
Atualização:

O Ministério da Saúde vai priorizar o controle da dengue nos 650 municípios considerados mais vulneráveis à doença em 2003. O ministro Humberto Costa explicou que as cidades escolhidas - capitais de Estado, ou muito pobres, ou integrantes das regiões metropolitanas, ou com grande movimento turístico - terão suas estatísticas da doença monitoradas semanalmente. Costa disse que vai promover reuniões das macrorregião Sudeste, em 15 de janeiro, no Rio, e Nordeste, no dia 16, em Salvador, para discutir o problema. Ressaltou, porém, que o comportamento da doença, até agora, está abaixo do esperado. "Isso não significa que a doença não possa ainda acontecer ou que não possa haver uma epidemia de proporções razoáveis", disse o ministro, que contou que também está convocando o Comitê Nacional de Mobilização contra a Dengue, "para dar um caráter de mobilização popular". Antes das reuniões no Rio e em Salvador, Costa pretende ser recebido pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva para lhe fazer um relato das providências. Redução de 50% Segundo o ministro, o objetivo do plano nacional de combate à enfermidade é reduzir em 50% o número de casos este ano. No ano passado, ocorreram 769.076 casos de dengue clássico (79% a mais que os 428.117 de 2001) e 2.575 da forma hemorrágica da moléstia (277% além dos 682 do ano anterior), com 145 mortes (400% mais que a estatística anual precedente). Costa afirmou que pelo menos até abril não haverá mudanças no combate à doença, com manutenção, inclusive, da campanha de mídia para alertar a população contra a dengue, dentro do plano montado no governo anterior. O diretor do Centro Nacional de Epidemiologia, Jarbas Barbosa, afirmou que o Brasil está mais preparado para enfrentar a doença do que em 2002. "A dengue ocorre em ondas", disse. "O aumento das ondas se associa à introdução de novos sorotipos. Quando circula um novo sorotipo, três ou quatro anos depois há o aumento no número de casos." Ele afirmou que após grandes epidemias de um sorotipo, muita gente fica imunizado contra ele, por já tê-lo contraído e, por isso, há queda no número de casos, até que nova variedade seja introduzida. "Isso dá uma falsa sensação de segurança", advertiu. Costa afirmou que o Ministério da Saúde ainda tem possibilidade de contratar cerca de mais mil agentes de saúde para combater a dengue. Ressaltou, porém, que o combate à dengue depende do engajamento da população na destruição dos focos do mosquito Aedes aegypti, transmissor da moléstia. "Erradicar a doença é muito difícil, seria necessária uma mudança de comportamento das pessoas e da presença do Estado", afirmou. "Acho que temos que trabalhar na linha de controlar (a doença)." Veja o índice de notícias sobre o Governo Lula-Os primeiros 100 dias e os Ministérios Veja o índice de notícias sobre a transição nos Ministérios

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