''''Contribuição negocial é mais democrática''''

Entrevista[br]Paulo Paim: senador (PT-RS)

PUBLICIDADE

Por Ana Paula Scinocca e BRASÍLIA
Atualização:

Relator do projeto do Executivo na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, Paulo Paim (PT-RS) afirmou ontem que o "imposto sindical é burro". "A contribuição negocial é mais democrática", disse. Ele negou pressão dos sindicalistas para a derrubada da emenda do deputado Augusto Carvalho (PPS-DF), que tornava facultativa a cobrança do imposto. Qual foi a razão que levou o Senado a costurar um acordo para derrubar a emenda do deputado? A emenda do Augusto é a emenda da confusão. Tínhamos de ir ao Procon pois trata-se de propaganda enganosa. Ela não acaba com o imposto mas sim apenas muda a forma de recolhimento, prevendo pagamento no banco, no sindicato ou desconto em folha. O Senado não ia pactuar com uma propaganda enganosa. Não houve pressão. O que houve foi muito diálogo com os sindicalistas, empresários e líderes partidários. Houve consenso. Por que os relatores propuseram a manutenção do imposto até que o governo crie a contribuição? No mundo todo é assim. O imposto sindical é um imposto burro e está acabando. Está surgindo a contribuição negocial, que é mais democrática e permite que os trabalhadores discutam, em assembléia, de quanto e como será feito o recolhimento. Pode ser até de 0%. Se o senhor considera o imposto sindical burro, por que não defendeu sua extinção imediata? O imposto sindical não pode ser tirado de uma hora para outra. É preciso um período de transição que, eu acho, não deve ser maior do que um ano.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.