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Contra PT, DEM abranda discurso moralizador

Por Rosa Costa e BRASÍLIA
Atualização:

Empenhado em contribuir para rachar a base aliada do governo e se opor ao PT, o DEM "abrandou" seu discurso moralizador, distanciou-se do PSDB e apoiou personagens com biografias complicadas. O partido diz que a opção deu resultado. O DEM optou por eleger José Sarney (PMDB-AP) para a presidência do Senado, ao contrário do PSDB, que apoiou Tião Viana (PT-AC). Também se aliou ao PMDB, do líder Renan Calheiros (AL), para eleger o senador Fernando Collor (PTB-AL) presidente da Comissão de Infraestrutura e, com isso, retirar a vaga prometida à senadora Ideli Salvatti (PT-SC), ex-líder do bloco do governo. "Sarney significou a divisão da base do governo", justifica o líder do partido, senador José Agripino (RN), ao reforçar o êxito da tática. A estratégia devolveu ao grupo do líder do PMDB o poder perdido com o escândalo de 2007, quando Renan foi alvo de cinco processos no Senado por quebra de decoro parlamentar. Já o DEM passou a deixar dúvidas sobre o discurso de moralidade que procurou reforçar há dois anos, quando passou a existir no lugar no PFL. "Fazer oposição ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva significa ser contra o PT, significa provocar divisão na base do governo", diz Agripino. Na mesma linha, o presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), rebate a tese de que a iniciativa de seu partido terminou por "entregar" a Renan e seus aliados o comando do Senado. "Muito pior foi o mensalão do PT, o sistema montado por Lula", afirma.

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