PUBLICIDADE

Contra propaganda na rua, grupo ‘suja a cara’ de candidatos em placas

Objetivo do movimento Sujo sua cara, que conta com apoiadores em vários Estados, é reduzir material político espalhado pela cidade

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Fazer bigodinhos, chifrinhos ou qualquer outra gracinha nos cavaletes de campanha dos candidatos promete ser uma arma de protesto nas eleições deste ano por todo o País. O movimento ganhou um nome: "Sujo sua cara", fundado em 2010 por três gaúchos indignados com a falta de parcimônia da publicidade eleitoral. A ideia veio após um dia de vendaval em Porto Alegre (RS). "Ficava perigoso para as pessoas andarem nas ruas: vários cavaletes voavam e podiam atingir qualquer um", contou um dos fundadores, que preferiu não se identificar. "Então por que não sujar a cara deles?"No mesmo dia, os três colegas criaram um Tumblr, uma espécie de fotoblog, onde publicaram as primeiras 20 fotos de cavaletes pichados. Não demorou muito para cair no gosto dos internautas. Hoje, o movimento é colaborativo e recebe as "obras-primas" de eleitores de todo o Brasil. "Mais do que pichar, eu gostaria que o resultado fosse ter menos material nas ruas", explicou o organizador do movimento.Em São Paulo, o candidato do PT à Prefeitura de São Paulo, Fernando Haddad, ganhou um bigode, e Lula, óculos e contornos mais grossos da sobrancelha. A foto do cavalete do petista sendo adulterado por um eleitor foi publicada recentemente na internet. E mostra que a moda pode pegar este ano mais uma vez.Apartidário. Em 2010 o movimento divulgou um álbum de fotos com as pichações feitas na capital paulista. Praticamente ninguém saiu ileso: candidatos do PSDB, PT, PMDB; postulantes ao Senado, Câmara, ao governo e até à Presidência. José Serra, hoje candidato à Prefeitura, teve também os cavaletes pichados quando queria ser presidente. Nem ele, nem seu então candidato a vice, Índio da Costa, escaparam das intrusões gráficas. "Nós, fundadores do movimento Sujo sua Cara não somos vinculados a nenhum partido", disse o fundador. Segundo ele, ainda há pouco material deste ano, mas ele diz que a expectativa é receber mais fotos de "pichações" ao longo da campanha.Outras três correntes defendem causa parecida. Como a "Quem suja agora, vai sujar depois", que recebe fotos de denúncias de eleitores que flagram lixo deixado pelas campanhas. "Alguns candidatos já entraram em contato conosco. Foram 6 - de SP, de MG e do RJ -, se comprometendo a não sujar mais", disse Hilário Junior, criador do movimento.

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.