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Contra demissão, 52,5% são a favor de reduzir jornada e salário

Segundo pesquisa CNT/Sensus, subiu número dos que têm medo de perder emprego e veem piora no mercado

Por Leonardo Goy e da Agência Estado
Atualização:

A pesquisa CNT/Sensus divulgada nesta segunda-feira, 30, revelou que 52,5% dos entrevistados são favoráveis à redução da jornada de trabalho com diminuição dos salários como medida para evitar demissões. Também houve aumento, segundo o instituto, do número de entrevistados que têm medo de perder o emprego, de 42,7% em janeiro para 44,8% em março.

 

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A crise econômica mundial gerou profundo impacto na avaliação da população sobre a situação do emprego e da renda. O porcentual dos entrevistados que observaram, em março, piora na situação do emprego nos últimos seis meses chegou a 54,5%. Na pesquisa anterior, de janeiro, essa taxa era de 38,5%. Já os que avaliam que houve melhora no mercado de trabalho foram apenas 20,9% em março, ante 32,7% em janeiro.

 

Com relação à renda, 32,6% das pessoas disseram, em março, que ela diminuiu, ante 23,2% da pesquisa anterior. A taxa dos que percebeu melhora na renda variou pouco, caindo de 25,3% em janeiro para 24,6% em março.

 

A CNT/Sensus também perguntou a seus dois mil entrevistados qual a expectativa que eles têm para emprego e renda nos próximos seis meses. O resultado foi que houve uma diminuição nas expectativas positivas, mas o otimismo ainda predomina.

 

O porcentual dos que responderam que o emprego vai melhorar no futuro caiu de 51,1% em janeiro para 48,8%. Apesar da redução, a avaliação positiva ainda supera, com folga, a fatia dos que dizem que vai piorar, que, em março, foi de 22,1%.

 

Com relação às projeções para a renda nos próximos seis meses, os que dizem que ela vai aumentar caíram de 51,7% em janeiro para 49,2% em março. A fatia dos que acreditam em diminuição da renda passou de 11,1% em janeiro para 14,4% em março.

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Essas expectativas são usadas pela CNT/Sensus para calcular o chamado índice do cidadão, que mede a avaliação geral da população em relação ao País. O indicador foi de 41,18 pontos em março. Como está abaixo de 100, isso indica avaliação negativa.

  

Apesar do avanço do pessimismo verificado de maneira geral na pesquisa, 46,3% dos entrevistados acreditam que o Brasil sairá fortalecido da crise. Em dezembro, essa perspectiva era compartilhada por 41,9% dos entrevistados. Além disso, 40,1% das pessoas ouvidas avaliaram que o governo está lidando com a crise de maneira adequada, ante 26,5% que acham que o tratamento não está sendo adequado.

 

Aumento do desemprego

 

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Em pesquisa divulgada nesta segunda-feira, 30, O Banco Central prevê desemprego ao longo dos próximos meses devido à desaceleração da atividade econômica. "Mesmo que haja alguma recuperação na margem da produção industrial e a despeito dos números mais animadores de vendas no varejo, a redução do nível de atividade pode se refletir em aumentos da taxa de desemprego ao longo dos próximos meses", previu o BC no Relatório Trimestral de Inflação.

 

Para o BC, até o momento, a concessão de férias coletivas, a diminuição da jornada de trabalho e outras medidas emergenciais "têm mitigado a elevação das taxas de desemprego". Na avaliação do Banco Central, a taxa de desemprego "tende a experimentar" elevação nesse e nos próximos trimestres, refletindo não só padrões sazonais como também os efeitos da crise econômica mundial sobre a economia doméstica.

 

 

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