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Contra a crise, governo aposta tudo na estatal

Por Fabio Graner e BRASÍLIA
Atualização:

A Petrobrás, com investimentos de R$ 60 bilhões e com liberdade de ação para fazer uma política econômica anticíclica, é um instrumento para reverter o impacto da crise. O Ministério da Fazenda projeta, para este ano, investimentos de 1,7% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 1,3% em 2008. Se confirmado, esse crescimento de 0,4% nos investimentos da companhia, ajudaram a melhorar o PIB deste ano o qual espera-se que cresça abaixo de 1%. Sozinha a estatal investirá mais do que o governo federal, que prevê o orçamento de 1,2% do PIB para este ano. Segundo uma fonte do governo, a equipe econômica acompanha o problema sem preocupações de que haverá impacto nos investimentos da empresa. Na manobra contábil polêmica, a estatal trocou o regime de competência pelo regime de caixa para contabilizar receitas e custos, o que permitiu manter no cofre mais de R$ 4 bilhões, em vez de repassá-los à Receita. A avaliação é de que o risco maior da comissão de inquérito pode ser nos danos à imagem da Petrobrás no exterior, o qual, em tese, pode afetar a confiança para manter e ampliar o ritmo de investimentos e até sofrer com uma cobrança de juros mais altos nas condições de financiamento. A possibilidade de irregularidades e a exposição delas na mídia também podem deixar os dirigentes temerosos de abrir novas frentes de trabalho ou ampliar o cuidado nas licitações de novos contratos, desacelerando o ritmo das novas obras de exploração de petróleo.

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