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Contaminação de Queiroga afeta agenda de chanceler e diplomatas em NY

Carlos França cancelou uma reunião que teria na manhã desta quarta-feira, 22, com a delegação da Índia; encontro com colombianos foi adiado por decisão do outro lado

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Por Beatriz Bulla
Atualização:

NOVA YORK - A confirmação de que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, está com covid-19 gerou uma reação em cadeia em Nova York que afetou os trabalhos da diplomacia brasileira e deixou em alerta as delegações estrangeiras. O dano não foi maior graças à vacinação de grande parte das comitivas presentes na cidade americana para a semana da Assembleia-Geral das Nações Unidas.

O Centro de Controle de Doenças (CDC) não exige isolamento após contato com um infectado, no caso de pessoas vacinadas (com esquema vacinal completo). Também no caso dos imunizados, o CDC limita os cuidados apenas àqueles que tiveram "contato próximo" com a pessoa doente. Isso fez com que, por exemplo, o chanceler Carlos França alterasse apenas parte de sua agenda nos EUA.

Parte da agenda do chanceler Carlos França foi alterada por causa da contaminação do ministro da Saúde Marcelo Queiroga. Foto: Kena Betancur/Pool Photo via AP

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França cancelou uma reunião que teria na manhã desta quarta-feira, 22, com a delegação da Índia. Ele também teria um encontro com colombianos, que foi adiado por decisão do outro lado. Os encontros adiados aconteceriam no período da manhã, enquanto ele ainda aguardava o resultado de um teste PCR para saber se estava contaminado ou não. À tarde, diante do resultado que indicou que ele não está com covid, ele voltou a circular e fazer reuniões. Se o ministro não estivesse vacinado, teria que obedecer um protocolo diferente. 

O escritório do Brasil junto à ONU precisou fechar na noite de terça-feira e deixar apenas funções essenciais com trabalho presencial. A avaliação na missão brasileira, no entanto, é de que os que estão vacinados conseguirão voltar ao trabalho presencial mais rapidamente. Segundo o CDC, pessoas que tiveram contato próximo com alguém contaminado e que estão vacinadas não precisam fazer isolamento se tiverem resultado negativo de teste de covid. 

Na manhã da quarta-feira, houve uma corrida entre diplomatas, jornalistas e outros assessores que acompanharam a comitiva presidencial em Nova York para realizar testes de covid-19. 

As delegações dos 192 Estados-membros da ONU foram inicialmente comunicadas em um grupo de WhatsApp sobre a situação de Queiroga. Há um chat com os embaixadores que representam todos os Estados-membros da organização. Toda delegação informa, por ali, se há algum caso de covid para que os demais comecem a traçar o rastro do contágio. O aviso foi feito pelo embaixador do Brasil junto à ONU, Ronaldo Costa Filho.

Também entre estrangeiros, foi corrente a avaliação de que as vacinas limitaram o estrago que o contágio de um integrante poderia ter causado. No mesmo hotel onde Queiroga está hospedado, o presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, não demonstrou preocupação ao ser alertado sobre a situação, mesmo após contato com o chanceler brasileiro, Carlos França. Ele está vacinado com duas doses do imunizante da Pfizer.

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A porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, foi questionada sobre o protocolo que seria adotado para o presidente americano, Joe Biden, após a notícia de que Queiroga estava doente. Isso porque o ministro participou de uma reunião com o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, que, por sua vez, se reuniu com Biden. Psaki afirmou que nenhum protocolo diferente seria adotado para Biden, que é testado regularmente, já que ele não teve contato próximo com o infectado. Não há informação até o momento sobre a situação de Boris Johnson. Ele está vacinado com duas doses do imunizante da AstraZeneca.

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