'Considero afastamento da presidente pelos motivos alegados um atentado à democracia', diz Belluzzo

Qualificado como informante, e não testemunha, no julgamento de Dilma, o economista e professor afirmou que o País foi beneficiado por um ciclo favorável à exportação de commodities entre 2004 e 2010, mas que o governo cometeu erros quando houve uma desaceleração da economia

Por Anne Warth
Atualização:
Luiz Gonzaga Belluzzo depõe no segundo dia de julgamento de Dilma Rousseff Foto: André Dusek/Estadão

BRASÍLIA - O economista Luiz Gonzaga Belluzzo criticou o processo de julgamento da presidente afastada, Dilma Rousseff. Ele estava listado inicialmente como testemunha de defesa no processo, mas participa agora apenas como informante, a pedido do advogado de defesa de Dilma José Eduardo Cardozo, que foi aceito pelo presidente da sessão, Ricardo Lewandowski. “Considero que o afastamento da presidente pelos motivos alegados é um atentado à democracia”, afirmou, em depoimento no plenário do Senado.

PUBLICIDADE

Belluzzo disse ter uma grande preocupação com a sobrevivência da democracia no País. O economista disse que o País foi beneficiado por um ciclo favorável à exportação de commodities entre 2004 e 2010, mas que o governo cometeu erros quando houve uma desaceleração da economia. “Vou dar a minha opinião”, destacou.

Belluzzo foi questionado pelos senadores Lindbergh Farias (PT-RJ), Paulo Paim (PT-RS), Vanessa Grazziotin (PcdoB-AM), Gleisi Hoffmann (PT-PR) e Regina Sousa (PT-PI). Na avaliação dele, a crise internacional ainda não terminou, uma vez que a maioria dos países ainda estão com taxas de juro negativas.

“Há uma perda de dinamismo nas economistas capitalistas a partir da crise de 2008”, afirmou o economista. “A economia brasileira sofreu os efeitos dessa crise, sim. No meio desse processo, quisemos fazer um ajuste fiscal que só agravou essa situação.”

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.