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Conselho Regional de Medicina denuncia pressão de seguradoras

Tire suas dúvidas sobre os planos de saúde

Por Agencia Estado
Atualização:

As seguradoras estão pressionando os médicos de São Paulo para que não participem do boicote contra os planos de saúde, iniciado na última sexta-feira. Essa é uma das reclamações feitas pelos médicos que têm procurado um serviço telefônico tira-dúvidas lançado por entidades médicas, junto com o Conselho Regional de Medicina de São Paulo (CRM-SP). O primeiro balanço oficial do boicote na cidade sairá até o fim da semana. O CRM-SP fez, no entanto, um balanço dos dois primeiros dias de telefonemas. Entre as principais reclamações está a pressão sofrida pela categoria, o que surpreendeu o Conselho. "Isso não pode acontecer", revela Clóvis Francisco Constantino, presidente do CRM-SP. O médico ginecologista A.P.M., que preferiu não dar o nome completo com medo de represália, é um deles. "Hoje (ontem), às 14 horas, recebi ligação em meu consultório da Bradesco Saúde com uma ameaça. Eles disseram que já haviam oferecido uma proposta de aumento e que se eu não aceitasse a oferta seria descredenciado", diz o médico. "Hoje não tive segurados da Bradesco para atender. Amanhã (hoje), não sei o vou fazer. Cerca de 20% dos meus pacientes são dessa seguradora. Não posso ficar sem eles", continua. "Outro problema é que, se todas as seguradoras decidirem agir dessa maneira, eles vão conseguir acabar com o movimento." A Bradesco respondeu à acusação por meio de uma nota oficial, em que diz "que a informação em questão não procede". Denúncias O CRM-SP anunciou que, se esse tipo de denúncia continuar, as entidades médicas vão passar a orientar os profissionais a gravar todas as ligações recebidas nos consultórios. "Muitos profissionais têm medo de se identificar até para o Conselho", alerta Clóvis, do CRM-SP. "Caso prefiram - e isso vale para qualquer denúncia -, eles podem ser representados pela Associação Paulista de Medicina (APM) frente ao Conselho e assim terão seus nomes preservados." Tanto os médicos quanto as seguradoras podem romper contrato, mas a parte atingida tem de ser avisada com 30 dias de antecedência. No total, foram cerca de 500 telefonemas recebidos nos dois primeiros dias do boicote. Cerca de 80% das chamadas vieram dos médicos. Adesão Ontem, mais um Estado aderiu ao movimento da classe médica: Tocantins. Lá, são 17 operadoras boicotadas. O movimento começou em 15 de março, na Bahia, e já são 17 Estados afetados, além do Distrito Federal. Em São Paulo, as seguradoras boicotadas são SulAmérica, Bradesco, Unibanco, Porto Seguro, Marítima, AGF e Notre Dame.

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