Conselho diz que médicos para Rio virão de Estados e não de Cuba

PUBLICIDADE

Por RODRIGO VIGA GAIER
Atualização:

Os médicos e pediatras solicitados pelo Estado do Rio de Janeiro para atuar no combate à epidemia de dengue serão cedidos por todos os 27 Estados do país e não haverá necessidade de pedir ajuda a Cuba, afirmou na quinta-feira o presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde, Osmar Terra. "Acho que não vai ser necessário trazer médicos de Cuba. Os Estados vão atender à demanda", disse Terra a jornalistas antes de uma reunião com representantes dos Estados no Rio. "Ao menos 110 dos 154 solicitados já estão garantidos. Todos os Estados vão ajudar, não há dúvida. Cada Estado vai mandar pelo menos um ou dois médicos, haverá um rodízio", acrescentou ele, que também é secretário Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul. Segundo Terra, a maioria dos médicos transferidos ao Rio são servidores estaduais e terão o salário pago pelo próprio Estado de origem. O governo do Rio vai pagar um abono de 500 reais por plantão e custear despesas de transporte, hospedagem e alimentação. Os primeiros profissionais de saúde começam a chegar no fim de semana e os demais chegarão ao longo da próxima semana. De acordo com Guerra, não há prazo para que os médicos deixem a cidade. "Eles ficarão o quanto for necessário. Com o conjunto de profissionais que já tem no Rio de Janeiro e com esse pessoal que está chegando, acho que essa epidemia tem mais trinta dias. Depois o número de casos começa a declinar", disse ele. O Estado do Rio já teve 67 mortes confirmadas por dengue este ano, num total de 57 mil casos. Outras 58 mortes suspeitas estão sendo investigados, incluindo a de um médico do Exército que morreu na madrugada de quarta-feira com suspeita de dengue hemorrágica. "A seção de Comunicação Social do Comando Militar do Leste lamenta informar que o aspirante-a-oficial médico do Exército... Daniel Lins Fernandes Alves faleceu em hospital da rede particular, com suspeita de dengue hemorrágica", disse um breve comunicado do Exército. O médico era lotado no 20o Batalhão Logístico Pára-quedista, que fica na Vila Militar de Deodoro, na zona oeste, região de maior concentração de casos de dengue no município. Também na quarta-feira, o prefeito do Rio, César Maia, informou que a cidade não tem como atender integralmente a decisão da Justiça que determina que os postos de saúde do município fiquem abertos 24 horas por dia a partir do próximo fim de semana. "Supondo que os postos de saúde operem funcionando 40 horas por semana, para funcionarem 24 horas por dia, 7 dias por semana, teriam que trabalhar 168 horas. Ou seja, teriam que mais que quadruplicar o número de médicos", disse o prefeito em seu ex-blog. De acordo com o último balanço de casos de dengue feito pelo município, na noite de quarta, a semana passada registrou o menor número de casos de dengue desde a primeira semana de 2008. Foram notificados 1.546 casos no Rio, contra 2.002 da semana anterior e 4.172 casos de três semanas atrás, quando houve o pico de casos no município. As estatísticas oficiais apontam que a última morte confirmada por dengue no Estado aconteceu no dia 29 de março, justamente na capital. (Com reportagem adicional de Pedro Fonseca, Edição de Tatiana Ramil)

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.