O Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa Humana (CDDPH) discute amanhã, às 10 horas, no Ministério da Justiça, a possibilidade de intervenção federal para conter a criminalidade no Espírito Santo. A abertura da reunião será feita pelo ministro Miguel Reale Júnior. Serão ouvidos o representante do Tribunal de Justiça (TJ) do Estado, desembargador Jorge Góes Coutinho, e o presidente da Assembléia Legislativa capixaba, José Carlos Gratz (PFL). Esses depoimentos encerram a etapa de coleta de informações sobre a situação de violência no Estado. O conselho começará, então, a analisar toda a documentação e os dados coletados para definir se haverá necessidade de intervenção federal. A previsão é de que, no próximo encontro do CDDPH, os relatores do caso, professores de Direito Constitucional Luís Roberto Barroso e Flávia Piovesan, e o professor de Direito Constitucional Belisário dos Santos Júnior apresentem o relatório final. Força-tarefa Durante a reunião, as autoridades integrantes da força-tarefa que acompanha as investigações do assassinato do advogado Joaquim Marcelo Denadai falarão sobre o andamento do inquérito policial. O ministro da Justiça anunciou a criação do grupamento operativo em 24 de abril e assinou ontem a resolução que oficializa os trabalhos do grupo. Entre os integrantes, estão o procurador da República Henrique Herkenroff; o promotor de Justiça Fábio Correa; os delegados Maria do Socorre Tinoco, da Polícia Federal (PF), e Sérgio de Melo e Orlando de Oliveira, da Polícia Civil, e o tenente-coronel da Polícia Militar Marcos Aurélio Silva. Denadai foi assassinado em 15 de abril, em Vila Velha (ES). Além de defender figuras polêmicas, como o ex-prefeito de Cariacica (ES) Cabo Camata e o advogado Carlos Batista, o advogado foi personagem da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Propina, em 2001. Denadai sofreu um atentado em 1997, quando o carro que dirigia foi atingido por vários disparos de arma de fogo. Ele não foi ferido. Na época, Denadai afirmou que era alvo de ameaças.