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Conselho de Ética vai trabalhar com mais 'tranquilidade' no caso Cunha, diz Araújo

Após afastamento do peemedebista, presidente do colegiado avalia que processo por quebra de decoro poderá seguir 'sem sobressaltos'

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Por Igor Gadelha
Atualização:

BRASÍLIA - O presidente do Conselho de Ética da Câmara, José Carlos Araújo (PR-BA), afirmou nesta quinta-feira, 5, que o colegiado vai trabalhar "com mais tranquilidade" após o Supremo Tribunal Federal (STF) afastar Eduardo Cunha (PMDB-RJ) do mandato parlamentar e, consequentemente, da presidência da Casa

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O peemedebista é alvo de processo por quebra de decoro parlamentar no colegiado. O processo se arrasta desde novembro do ano passado, em razão de manobras feitas por ele para atrasar o processo. As manobras foram justamente um dos motivos que levaram o STF a determinar o afastamento de Cunha.

"Acredito que o Conselho de Ética vá trabalhar com mais tranquilidade agora. O grande entrave para o trabalho do conselho eram as manobras do presidente da Câmara para tentar atrapalhar o processo", afirmou Araújo. Segundo ele, o colegiado vai poder trabalhar sem "sobressaltos" enquanto durar o afastamento de Cunha.

O deputado afirmou ainda que o processo de Cunha vai seguir seu trâmite "normalmente". De acordo com o parlamentar, mesmo afastado, Eduardo Cunha poderá ser ouvido pelo conselho. Atualmente o processo do peemedebista no colegiado está na fase de oitiva de testemunhas e coleta de provas, que deve encerrar em 19 de maio.

O presidente do Conselho de Ética disse acreditar que novas testemunhas, que tinham se recusado a falar "com receio" de retaliações, poderão aceitar depor no processo contra Cunha. O peemedebista é alvo de processo sob acusação inicial de ter mentido à CPI da Petrobrás de que não possuía contas bancárias não declaradas no exterior. Ele nega. 

Em um recado direto ao deputado Waldir Maranhão (PP-MA), que assumiu a presidência interina da Câmara, Araújo disse não acreditar que o substituto de Cunha vá fazer "as mesmas manobras". Durante o processo, Maranhão, que é aliado do peemedebista, já tinha emitido decisões favoráveis a Cunha. Maranhão também é investigado pela Operação Lava Jato

Na última decisão, Maranhão limitou a investigação do conselho à suposta existência de contas bancárias não declaradas no exterior. Dessa forma, decidiu que o colegiado não poderá investigar o presidente da Câmara afastado por suspeitas de recebimento de propina, conforme acusam delatores ouvidos pela força-tarefa da Lava Jato.

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