Conselho dá uma semana para Bragato se defender

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Por Silvia Amorim
Atualização:

O Conselho de Ética da Assembléia Legislativa de São Paulo aprovou ontem prazo de uma semana para que o deputado Mauro Bragato (PSDB) apresente sua defesa ao colegiado. Os deputados também deliberaram que somente após a manifestação do tucano e uma análise da documentação encaminhada pela Procuradoria-Geral de Justiça decidirão se será instaurado um processo para apurar as denúncias contra Bragato. A partir de ontem, o conselho tem 30 dias para tomar a decisão. Ex-líder da bancada do PSDB na Assembléia, Bragato é suspeito de ter recebido R$ 104 mil, entre 2003 e 2005, da empreiteira FT Construções, acusada pelo Ministério Público de liderar um esquema de desvio de recursos de obras da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) na região de Presidente Prudente, base eleitoral do deputado. A organização criminosa foi denunciada à Justiça em maio. O Tribunal de Justiça e a Promotoria da Cidadania já abriram procedimentos para apurar o suposto envolvimento do deputado com o grupo. DEFESA O prazo dado pelo conselho para o tucano apresentar uma manifestação sobre as denúncias termina na próxima quarta-feira. Bragato pode escolher se fará uma defesa por escrito ou pessoalmente. Até ontem, segundo a Assessoria de Imprensa do deputado, ele ainda não havia decidido a forma da sua manifestação. A próxima reunião do Conselho de Ética foi marcada para quarta-feira e acontecerá a portas abertas. Ontem, a sessão começou a portas fechadas, mas os parlamentares recuaram e logo no início dos trabalhos liberaram para o acompanhamento da imprensa. O pedido de reunião reservada havia sido feito no dia anterior, quando os membros do conselho defenderam que isso era necessário para que pudessem analisar os documentos da Procuradoria-Geral de Justiça, que estão sob sigilo. Como a reunião tomou outro rumo e a avaliação da papelada foi cancelada, o colegiado liberou o acesso à sessão. UM MÊS O caso de Bragato completou anteontem um mês no Conselho de Ética sem nenhuma definição sobre a abertura de investigação. Composto em sua maioria por deputados da base governista - apenas o presidente do colegiado, deputado Hamilton Pereira (PT) é da oposição - , o conselho tem adiado sucessivamente a decisão sobre a instauração de processo ou o arquivamento do caso. Para ganhar tempo e esfriar a discussão, aproveitando o recesso parlamentar, os governistas chegaram a devolver em julho as duas representações do PT e PSOL à Mesa Diretora da Casa, alegando falta de documentação consistente tomar alguma decisão. Agora, com o fim do recesso, pedem que Bragato seja ouvido para, então, o conselho decidir se as denúncias são procedentes ou não. Para analisar a documentação da Procuradoria-Geral, o colegiado elegeu ontem um relator, o deputado David Zaia (PPS). Ele ficará responsável por elaborar em até 30 dias um relatório em que terá de se manifestar a favor ou contrário à abertura de processo investigatório pelo conselho. Bragato nega as suspeitas de recebimento de propina e acusa adversários políticos em Presidente Prudente pelas denúncias.

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