Rio - Os membros do conselho de administração da Petrobrás devem avaliar o resultado de pelo menos dois relatórios de auditorias internas na próxima reunião, no dia 12 de dezembro, informou nesta quinta-feira, 27, o vice-presidente da Fundação Getulio Vargas (FGV), Sérgio Quintella, um dos integrantes do órgão. As auditorias poderão apontar providências a serem tomadas, como punições aos empregados por irregularidades em contratos da estatal.
Medida semelhante foi tomada na última reunião, no dia 17, quando foi analisada o resultado e as indicações da auditoria interna relativa à compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Foi concluído que um grupo de funcionários não cumpriu os métodos previstos em regulamento interno para fechar o negócio com a belga Astra Oil. Eles perderam os cargos de chefia e, agora, uma comissão interna vai avaliar se serão exonerados.
Quintella, que também preside o comitê interno de auditoria da Petrobrás, adiantou que, dessa vez, serão levadas à reunião as auditorias relativas a contratos fechados para a construção da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj). Os dois projetos são alvos de investigação da Polícia Federal na Operação Lava Jato.
É possível ainda que uma terceira auditoria seja avaliada na próxima reunião do conselho, afirmou Quintella. Apesar disso, ele não soube informar o tema dessa auditoria.
A pauta da reunião da Petrobrás será extensa, ressaltou o vice-presidente da FGV. No mesmo dia, os conselheiros da estatal irão analisar o resultado financeiro da empresa referente ao terceiro trimestre de 2014. A previsão é de que a Petrobrás divulgue nesse dia o balanço, ainda sem o aval da auditora PricewaterhouseCoopers (PwC).
Após participar de lançamento dos Cadernos FGV Energia, Quintella elogiou a criação de uma diretoria na estatal para fiscalizar as práticas de governança corporativa, mas disse que a medida poderia ter sido tomada há mais tempo. Na última terça-feira, a Petrobrás anunciou a criação da Diretoria de Governança, Risco e Conformidade, em resposta às denúncias na Lava Jato.