Conselheiro vê impedimento legal para troca

Tese vetada não pode voltar a exame a pedido de 1 só membro, diz Neves

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Por Redação
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Considerado peça-chave numa eventual votação para a substituição do presidente e diretor financeiro da Fundação Real Grandeza, o conselheiro indicado pela Eletronuclear ao cargo, Wilson Neves, vê uma série de impedimentos legais para que a troca ocorra ou mesmo seja sugerida ao conselho. A principal delas é que o regulamento interno da fundação impede que uma matéria já rejeitada - como é o caso do pedido de exoneração do atual comando - seja apresentada para votação por apenas um membro do conselho. "Nosso corpo jurídico já informou que são necessários quatro conselheiros apresentando a proposta, já que ela foi rejeitada pelo grupo conselheiro no passado. Ou se faz um acordo, ou essa proposta não tem base legal para existir", revelou Neves, que diz ainda não ter uma definição sobre seu voto se eventualmente ocorrer a votação. "Temos de avaliar as bases legais para levar essa proposta adiante, ver se ela será benéfica ao fundo e se ela é desejada por funcionários e aposentados." Para ele, a manifestação de protesto prevista para hoje indica que não. Entre seis conselheiros que tomam as decisões sobre o fundo, três são eleitos pelos funcionários e pelos aposentados, dois são indicados por Furnas e um pela Eletronuclear. Neves é o suplente de outro indicado que renunciou ao cargo no ano passado - que não teria aguentado a pressão do "rolo compressor de Furnas" para aprovar a mudança na gestão da Fundação Real Grandeza. À época, ainda com Luiz Paulo Conde no comando de Furnas, a troca foi rejeitada. "Independentemente de apresentarem o mesmo nome ou outro nome, o regimento aponta que se trata de uma mesma matéria em questão", avalia Neves. Os três conselheiros eleitos estão irredutíveis em sua posição contrária à troca. Segundo o presidente do Sindicato dos Eletricitários de São Paulo, Carlos Alberto Reis, o maior risco é que "haja um rolo compressor e o regulamento interno da fundação seja atropelado em prol da votação". Se isso ocorrer, afirma, "todas as esperanças de barrar esse ato inescrupuloso de ingerência política direta do PMDB sobre um fundo previdenciário de trabalhadores" ficam depositadas no voto de Neves. Isso porque, tanto o presidente do conselho, Victor Albano, quanto o novo indicado para o cargo após a renúncia do conselheiro Ronaldo Nader votam a favor da mudança sob recomendação do presidente de Furnas, Carlos Nadalutti. Ambos foram procurados pelo Estado, mas não responderam aos telefonemas. O atual presidente da fundação, Sérgio Wilson Ferraz Fontes, informou que está no Chile para um encontro de trabalho marcado anteriormente e pretende ficar afastado do assunto até que ele se resolva. Até então, apenas o nome de Eduardo Henrique Garcia é indicado pelo PMDB para assumir tanto o cargo de Fontes, quanto do diretor financeiro Ricardo Carneiro Gurgel Nogueira. Mas já há indícios, confirmados por Neves, de que Albano poderá assumir uma das funções no futuro, em troca de seu apoio à substituição. K.L.

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