Conjuntivite viral atinge mais de 20 mil em SP

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Por Agencia Estado
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A epidemia de conjuntivite viral, que atinge cinco Estados brasileiros, registra 20.120 casos em São Paulo, segundo balanço da secretaria de Estado da Saúde. Há dez dias, eram 13 mil. Os dados não incluem a capital paulista, porque a cidade ainda não terminou o levantamento. O balanço da secretaria foi divulgado nesta quarta-feira e já ficou defasado até o fim do dia. Segundo o Grupo de Vigilância Epidemiológica de Santos, órgão ligado à secretaria, há 23.112 casos só na Baixada Santista. Santos é a cidade que tem maior incidência, com 11.399 registros. Apesar dos números, o professor titular de oftalmologia da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), Rubens Belfort, acredita que a epidemia já esteja se dissipando. "No Hospital São Paulo da Unifesp, chegamos a receber 40 pessoas por dia com conjuntivite viral. O número já caiu para 25 a 30." A conjuntivite é a inflamação da conjuntiva, membrana delicada que reveste o lado de dentro das pálpebras e a frente do globo ocular. A doença pode ser provocada por vírus ou bactéria - mas a da epidemia é só do tipo viral. Os principais sintomas são vermelhidão e sensação de areia nos olhos, inchaço das pálpebras e secreção. Eles podem durar de uma semana a 15 dias e, geralmente, atingem os dois olhos. Para interromper a cadeia de transmissão da doença, os cuidados com higiene pessoal têm de ser redobrados, mesmo por quem não está com conjuntivite. "É preciso lavar as mãos e o rosto várias vezes ao dia", recomenda Rosana Maura Gentil, oftalmologista do Serviço de Oftalmologia Sanitária do Centro de Vigilância Epidemiológica de São Paulo. "Prefira secar o rosto ao vento ou com lenço de papel." Além de contato direto com objetos pessoais contaminados, as aglomerações também facilitam a transmissão da conjuntivite viral. Coçar os olhos é proibido em tempos de epidemia. As mãos funcionam como meio de transporte para o vírus. "O doente transmite a conjuntivite por sete a dez dias", explica Rosana. Por ser provocada por vírus, o tipo de conjuntivite disseminado pela epidemia não tem remédio específico. Os médicos explicam que o tratamento se restringe à aplicação de compressas geladas de água (filtrada e fervida) ou soro fisiológico (de concentração 0,9% e sem conservantes). "O principal é não usar remédio errado; bastam as compressas", alerta Belfort. Na próxima semana, a secretaria começa a distribuir 100 mil folhetos com informações sobre conjuntivite. Os panfletos serão entregues em todo o Estado, mas principalmente nas áreas com mais casos da doença.

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