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Congresso transfere para o MP investigação do caso Sanguessuga

Foi a forma encontrada por Renan Calheiros e Aldo Rebelo para tentar desfazer a imagem de que estão se eximindo de investigar os parlamentares suspeitos

Por Agencia Estado
Atualização:

Os presidentes da Câmara, Aldo Rebelo (PcdoB-SP), e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e os corregedores das duas Casas, senador Romeu Tuma (PFL-SP) e deputado Ciro Nogueira (PT-PI) pediram nesta quarta-feira ao procurador Geral da República, Antonio Fernando de Souza, que o Ministério Público trabalhe junto com a Câmara e Senado na investigação dos envolvidos no esquema de fraude na licitação e compra de ambulâncias para as prefeituras com recursos do Orçamento da União. Aldo e Renan justificaram que a Câmara e Senado não têm condições de quebrar sigilos. Com isso, procuraram desfazer a imagem de que o Congresso está se eximindo de investigar os suspeitos denunciados pela Operação Sanguessuga. Eles entregaram ao procurador geral os 16 processos de parlamentares e mais os 30 que estão sendo investigados para que sejam feitas as diligências necessárias. Pediram também que o Congresso seja informado sobre todo o resultado das investigações para que os processos caminhem mais rápido e sejam examinados pelo Conselho de Ética. "Se eu fosse culpado, eu não estaria nem um pouco tranqüilo. Aqui eles têm poder de quebrar sigilo e de fazer investigação para a produção de provas, coisa que o Congresso não tem", avaliou o corregedor da Câmara, Ciro Nogueira (PT-PI). Operação A Polícia Federal prendeu, na chamada Operação Sanguessuga 46 pessoas suspeitas de envolvimento na fraude, que já teria movimentado R$ 110 milhões. Entre os presos estavam dois deputados, assessores de parlamentares, empresários e uma funcionária do Ministério da Saúde. De acordo com a PF, o esquema funcionava desde 2001 e consistia na oferta, por parte da empresa Planam, do Mato Grosso do Sul, de ambulâncias para as prefeituras de todo o País e empresas não-governamentais que recebem ajuda do governo. As compras eram feitas por meio de licitações irregulares, a valores superfaturados. Grampos telefônicos realizados pela PF e pelo Ministério Público Federal em Cuiabá revelaram a ligação entre parlamentares e integrantes da quadrilha.

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