
15 de outubro de 2009 | 18h53
O líder do DEM na Câmara dos Deputados, Ronaldo Caiado (GO), informou nesta quinta-feira, 15, que o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), aceitou abrir uma sessão do Congresso Nacional na próxima quarta-feira, 21, para a leitura do requerimento de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do MST. A decisão, disse ele, foi resultado de um acordo firmado por Sarney com a bancada do DEM.
Segundo Caiado, o acordo foi articulado pelo líder do DEM no Senado, José Agripino Maia (RN). A CPMI está sendo proposta pelos deputados Onyx Lorenzoni (DEM-RS), Ronaldo Caiado (DEM-GO), e pela senadora Kátia Abreu (DEM-TO) para investigar supostos repasses ilegais de verba do governo federal para o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).
José Sarney havia dito, na quarta-feira, 14, que não marcaria sessão do Congresso Nacional só para ler o requerimento de criação da CPMI do MST. A oposição argumentou, em contrapartida, que centenas de vetos presidenciais estão na fila de votações e só podem ser analisados em sessão conjunta. José Agripino ameaçou obstruir as votações na Câmara e no Senado caso a sessão do Congresso não fosse marcada.
Apoio
O deputado Onyx Lorenzoni afirma ter 190 assinaturas de deputados e 34 de senadores endossando a criação da CPMI do Campo. O mínimo regimental para proposição de CPMI é respectivamente 171 e 27 assinaturas. PSDB, DEM e PPS possuem, juntos, cerca de 130 deputados.
"A maioria das assinaturas é da oposição, mas conseguimos muitos apoiadores da base aliada. São parlamentares compromissados com o agronegócio, que antes sequer cogitavam apoiar a CPMI e agora se engajaram na causa por vontade própria", disse o deputado gaúcho, em referência ao impacto das imagens de destruição em uma fazenda da Cutrale no interior de São Paulo.
De acordo com Lorenzoni, o documento será protocolado apenas um dia antes da sessão do Congresso Nacional para evitar o que ocorreu na semana retrasada, quando após leitura do pedido de criação da CPMI do MST, vários deputados da base governistas retiraram o endosso ao documento e a CPMI foi arquivada por falta de assinaturas.
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