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Congresso resolverá contradição sobre mensalão, diz Genro

"Mensalão é problema do Congresso. Não compromete a reeleição de Lula"

Por Agencia Estado
Atualização:

O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, disse, ao deixar o gabinete do presidente da Câmara, deputado Aldo Rebelo (PCdoB-SP), que o governo recebeu a aprovação do relatório da CPI Mista dos Correios como recebe qualquer decisão do Congresso, pois é uma questão de soberania do Parlamento. Mas ele ponderou que ainda há disputa política em torno do conceito "mensalão" e que cabe ao próprio Congresso esclarecer contradições, como a de aprovar um relatório segundo o qual existe "mensalão" e, por outro lado, absolver o ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP), acusado justamente de ter recebido dinheiro de contas do empresário Marcos Valério Fernandes de Souza, tido como principal operador do "mensalão". Genro disse que "mensalão é o problema do Congresso. Jamais atingiu o presidente (Luiz Inácio Lula da Silva)", afirmou. "É problema do Congresso. Não compromete a reeleição de Lula. Os pedidos de indiciamento ainda estão em discussão, o Ministério Público ainda terá de avaliar. Mas o governo aceita qualquer decisão do Congresso". Quanto a uma possível convocação do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, para depor, Genro disse que o governo entende que não há nenhum indício de envolvimento de Bastos na quebra do sigilo bancário do caseiro Francenildo dos Santos Costa. "Pelo contrário. Tudo indica que ele agiu imediatamente, mandou apurar logo", afirmou. Por isso, segundo o ministro, o governo não vê motivo para convocação de Bastos. Agora, se houver negociação e o ministro aceitar prestar depoimento, é problema dele. Genro disse que o governo não teme momentos como os que estão sendo vividos agora "porque, se temesse, já estaria todo mundo morto". Segundo ele, o governo tem que conviver com isso. Quanto à falada "pauta ética", Genro disse que o governo tem de respeitá-la, mas tem que ter uma pauta própria, tem que governar por sua pauta, não pela dos outros. Questionado sobre a entrevista dada ontem à noite pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso no Programa do Jô (Soares), da TV Globo, em que admitiu que, no governo dele, pode ter havido compra de votos no Congresso, o ministro das Relações Institucionais disse que "toda suspeita de compra de votos tem que ser investigada" e lamentou: "Pena que, na época, foi impedida a investigação".

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