Congresso espera novo projeto do governo sobre Orçamento impositivo para analisar vetos

Promessa de envio do texto foi feita por ministros ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre

PUBLICIDADE

Por Camila Turtelli
Atualização:

BRASÍLIA - Parlamentares aguardam nesta terça-feira, 3, que o governo envie um novo projeto para regulamentar o chamado Orçamento impositivo. O acordo, segundo deputados, é que o texto seja enviado antes da sessão que vai analisar vetos do presidente Jair Bolsonaro e pode definir o controle de R$ 30 bilhões dos recursos previstos neste ano.

A promessa sobre o envio do projeto foi feita na segunda-feira, 2, por ministros ao presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (DEM-AP), que repassou a informação para lideranças da Câmara e do Senado, ainda à noite.

Presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e presidente do Senado, Davi Alcolumbre Foto: Dida Sampaio/ Estadão

PUBLICIDADE

Na Câmara, há dúvidas se haverá projeto. Isso porque o governo já havia prometido um novo texto sobre o assunto na primeira vez que a votação foi marcada, antes do carnaval. Na ocasião, o acordo era que a medida previsse a "devolução" de R$ 11 bilhões das despesas discricionárias, que incluem investimentos e custeio da máquina, para o controle do Executivo. Atualmente, estes valores estão “carimbados” pelos parlamentares para emendas.

Alcolumbre esteve reunido ontem com Bolsonaro, a quem teria pedido o fim de ataques ao Congresso, e também com o ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, em reuniões separadas. Com isso, Alcolumbre tentou amenizar o desgaste de fazer um acordo com um governo que chamou o Congresso de “chantagista”.

Nesta terça, o governo conta com o apoio do Senado para manter o controle do Orçamento da União e impor uma derrota aos deputados.  Enquanto a maioria da Câmara defende repassar ao Congresso o controle de uma fatia maior do dinheiro público, os senadores se articulam para deixar com o Executivo a definição de como a verba será investida neste ano.

Pelas contas do Palácio do Planalto, ao menos 32 dos 81 senadores votam a favor do governo, enquanto outros 22 seriam contra. Para impor uma derrota a Bolsonaro são necessários 41 votos no Senado e 257 na Câmara.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), membro do “Muda Senado”, com 22 senadores, disse ao Broadcast/Estadão que o grupo vai se reunir para sacramentar o voto pela manutenção dos vetos de Bolsonaro ao Orçamento. “Faremos isso independentemente de qualquer acordo e esperamos reunir senadores ligados ao presidente da República também”, disse.

Publicidade

Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.