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Congresso é o primeiro com o partido no poder

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Por Redação
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Em 27 anos de vida, é a primeira vez que o PT realiza seu congresso como partido do governo. Além da tarefa de superar o impasse entre a teoria e a prática, o partido carrega, desta vez, o desafio de enfrentar uma sucessão de crises que rasgaram a bandeira da ética. No último megaencontro desse tipo, ocorrido em novembro de 1999, na cidade de Belo Horizonte (MG), foi preciso muita lábia do então presidente de honra do PT, Luiz Inácio Lula da Silva, e de José Dirceu, que comandava a legenda, para convencer o plenário a rejeitar o bordão "fora FHC". Na feroz oposição ao governo, que chamavam de "neoliberal", os militantes queriam ir para as ruas numa campanha pelo impeachment do então presidente, Fernando Henrique Cardoso. "Se isso for aprovado, eu não tenho mais condições de dirigir o PT", afirmou Dirceu, que concorria à reeleição no partido. Depois de muita polêmica, conseguiu apaziguar o plenário e o "fora FHC" não foi aprovado. De quebra, ganhou o terceiro mandato à frente do PT. Agora no poder e depois de ver nomes de peso do partido protagonizando uma crise atrás da outra - do escândalo do mensalão à negociata para comprar um dossiê contra tucanos -, o PT vai se debruçar sobre o ideário do partido com outros olhos. Mais: ressuscitará a bandeira do socialismo, num movimento mais retórico do que prático, com o objetivo de sinalizar uma guinada à esquerda não só para os militantes como para a América Latina. Além do socialismo petista, dois outros eixos vão nortear os debates, de hoje a domingo, para compor a resolução política: "O Brasil que queremos" e "PT - concepção e funcionamento". O secretário de Finanças do PT, Paulo Ferreira, estimou os custos do 3° Congresso - que será realizado no Centro de Convenções Imigrantes - em cerca de R$ 2,2 milhões. Atualmente, a dívida do partido está na casa dos R$ 48 milhões. Instância máxima de decisão do PT, o congresso tem o poder de mudar o estatuto e vai propor alterações na forma de arrecadação do dízimo petista, na tentativa de engordar o caixa e salvar a sigla da penúria. Um plenário com 931 delegados votará 75 projetos de resolução para compor o documento final que norteará os rumos do partido, sob a mira dos convidados de 32 países.

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