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Congresso discute produção de soro antiofídico em pó

Por Agencia Estado
Atualização:

A obrigatoriedade da transformação do soro antiofídico em pó será debatida nesta terça-feira no Congresso de Medicina Tropical, em Belém. O soro atual precisa de geladeira para ser conservado; já o pó é liofilizado, o que permite a conservação em temperatura ambiente. Se isso for possível, dezenas de pessoas que morrem todo ano por falta de acesso ao soro serão salvas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) já recomendou aos países tropicais que adotem a liofilização. Esse processo será discutido numa mesa-redonda presidida pelo senador Tião Viana (PT), autor do projeto de lei que torna compulsória a produção de soro em pó para a região amazônica. João Luiz Cardoso, do Instituto Butantã, será um dos participantes. A discussão deve abranger os primeiros resultados de um lote experimental de soro liofilizado polivalente produzido pelo Butantã para o Exército, que o distribuiu aos batalhões de selva das fronteiras e de engenharia. Na experiência, o soro em pó - que é antídoto contra jararacas, cascavéis e surucucus - teve a mesma eficácia do produto líquido. Sua validade é maior, mas a produção é mais cara e necessita de equipamentos especiais. Cardoso explica que o soro antiofídico tradicional tem validade de dois a três anos e precisa ser conservado em temperatura entre 2ºC e 8ºC, o que é um problema em regiões do Acre, Amazonas e mesmo do Nordeste, onde ou não há energia ou a eletricidade só é fornecida durante algumas horas. O soro liofilizado é submetido a um processo de redução de temperatura sob vácuo, para perder a água, tornando-se um pó. Sua vantagem é poder ser estocado nas farmácias de qualquer hospital e carregado na mochila dos soldados, sem qualquer cuidado adicional.

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