Congresso cria comissão conjunta para examinar reforma

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Por DENISE MADUEÑO
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Em meio a mais um desgaste político envolvendo o PMDB, desta vez em tentativa de trocar a direção do fundo de pensão de Furnas por indicados do partido, os presidentes da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), e do Senado, José Sarney (PMDB-AP), anunciaram a criação de uma comissão conjunta das duas Casas para elaborar uma proposta de reforma política. Temer e Sarney anunciaram a criação da comissão para consolidar todas as propostas hoje existentes nas duas Casas sobre reforma política. Segundo eles, essa forma vai facilitar as discussões e a elaboração de uma proposta única com mais chances de ser aprovada. Temer afirmou que no prazo de 30 a 40 dias, essa comissão teria condições de concluir os trabalhos. Em seguida, a proposta seguiria a tramitação normal nas duas Casas. Já sobre o desgaste do PMDB, os dois evitaram falar após a reunião no gabinete de Temer. "Esse problema é da área do Executivo, não a nossa", disse Sarney. "A questão do fundo é mera alegação, não há influência do PMDB", disse Temer. Por interferência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a proposta de substituição da diretoria do fundo de pensão de Furnas, a Fundação Real Grandeza, foi retirada da pauta da reunião de hoje do Conselho. Os funcionários de Furnas, contrários à substituição, atribuíram a tentativa de mudança à pressão do PMDB. A alteração foi defendida pelo ministro de Minas e Energia, o peemedebista Edison Lobão. A intenção seria substituir o presidente da Fundação, Sérgio Fontes, e o diretor financeiro, Ricardo Gurgel, por Eduardo Garcia. O Real Grandeza tem um patrimônio de R$ 6,3 bilhões. A tentativa de mudar a direção aconteceu menos de 15 dias depois de o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) afirmar que "boa parte do PMDB quer mesmo é corrupção". Em entrevista à revista Veja e reafirmada dias depois, o senador disse que o PMDB é uma confederação de líderes regionais, sendo que 90% deles praticam o clientelismo e querem cargos para fazer negócios e ganhar comissões. "A maioria dos peemedebistas se especializou nessas coisas pelas quais os governos são denunciados: manipulação de licitações, contratações dirigidas, corrupção em geral", afirmou o senador Jarbas Vasconcelos.

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