Congresso adia recesso para votar Desvinculação de Receitas

Para garantir verba, base aliada opera para estender atividades além do dia 23 de dezembro

PUBLICIDADE

Foto do author Redação
Por Redação
Atualização:

Para garantir dinheiro extra e livre de amarras para o governo, a base aliada opera para o Congresso estender suas atividades além do dia 23 de dezembro, início do período de recesso legislativo, para votar este ano a proposta de emenda constitucional que prorroga até 2015 a Desvinculação de Receitas da União (DRU). A auto-convocação da Câmara e do Senado, ou a convocação por iniciativa do governo, é apontada pelos líderes como a única saída para atender aos prazos de votação da proposta no Senado.Aprovado em dois turnos pelos deputados na terça-feira passada, o texto cumpre nesta quarta-feira, 30, o último dia para ser emendado no plenário pelos senadores. Como é certo que a oposição vai propor mudanças, ele terá de retornar à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) e só depois disso é que inicia a contagem dos prazos para ser votada em primeiro turno.A DRU é um mecanismo pelo qual o governo libera 20% dos recursos que, por lei, teriam destinação específica. No caso, por exemplo, da arrecadação da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins), a lei determina que os recursos fiquem com a previdência, mas a DRU permite que 20% desse dinheiro seja utilizado em qualquer outra finalidade escolhida pelo governo. A parcela desvinculada das receitas da Cofins, serão de R$ 34,8 bilhões no ano que vem, constituindo o maior componente da DRU. O governo deve utilizar os recursos principalmente para pagar salários e a dívida pública de 2012. A proposta de emenda constitucional tem de ser aprovada ainda este ano para entrar em vigor em 2011, como manda a lei.O líder do governo, senador Romero Jucá (PMDB-RR), informou nesta terça-feria, 29, que o governo abandonou a ideia de apensar a PEC da Câmara à de sua iniciativa, que está pronta para ser votada em primeiro turno, por entender que o procedimento poderia ser questionado na Justiça, conforme avisaram os líderes da oposição. No entender do líder do PT, senador Humberto Costa (PE), a convocação extraordinária solucionará o tempo necessário para a emenda ser promulgada. "Se houver emendas, vai haver uma desaceleração na tramitação e aí será necessário recorrer à convocação extraordinária", afirmou.Outra despesa grande a ser financiada pela DRU não é exatamente gasto e sim a formação de reservas de contingência, que absorverão R$ 12,520 bilhões. Essa reserva serve para que o governo deixe de gastar e assim compor o chamado superávit primário.

Tudo Sobre
Comentários

Os comentários são exclusivos para assinantes do Estadão.