Conflitos em invasão deixam quatro feridos no Pontal

Por Agencia Estado
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Cerca de 1.200 sem-terra entraram em conflito com a Polícia Militar e funcionários municipais durante a invasão da Fazenda Santa Fé, no município de Sandovalina, no Pontal do Paranapanema, no fim da tarde deste sábado. Quatro pessoas, entre elas o prefeito da cidade, Divaldo Pereira de Oliveira (PSDB), ficaram feridas. Duas viaturas policiais e duas máquinas da prefeitura foram depredadas pelos invasores. A ação ocorreu dois dias depois da prisão do líder do Movimento dos Sem-Terra (MST) no Pontal, José Rainha Júnior, acusado de formação de quadrilha. Rainha está preso na cadeia pública de Presidente Wenceslau. Neste domingo à tarde, o acampamento dos sem-terra foi atacado por 20 homens encapuzados, montados em tratores. Eles dispararam mais de 100 tiros, segundo lideranças do MST, mas ninguém ficou ferido. As balas perfuraram as lonas dos barracos e utensílios domésticos. Os atiradores fugiram e não foram identificados. Cerca de 50 policiais militares vigiam o acampamento. O clima é tenso na região. No fim da tarde deste domingo, mais 250 famílias de sem-terra chegaram para ocupar o restante da fazenda. A Santa Fé tinha sido invadida em duas outras ocasiões. No sábado, os sem-terra cortaram a cerca e atearam fogo nas pastagens antes de iniciar a construção dos barracos. O fogo espalhou-se e atingiu outra propriedade. A prefeitura decidiu fazer um aceiro para impedir o avanço das chamas. O prefeito foi acompanhar o serviço. Oliveira afirma que os sem-terra dispararam tiros contra as máquinas. Ele e o secretário municipal de transporte, Antonio Balbino, foram agredidos a pauladas. Policiais militares intervieram, mas também foram surrados. O cabo Heitor Luis Magro ficou ferido. O sem-terra Edno de Souza Caetano foi atropelado por uma viatura policial. As vítimas foram atendidas na Santa Casa e no Hospital Universitário de Presidente Prudente. O líder dos acampados, José Aparecido Gomes Maia, acusou o prefeito de ter atirado primeiro. Oliveira disse que ocorreu um linchamento e anunciou a contratação de 15 seguranças para proteger a cidade. Sandovalina fica a três quilômetros da área invadida. O proprietário da fazenda, Carlito Moreira, entra hoje com pedido de reintegração de posse.

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