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Confiança do consumidor cresce nos EUA pela primeira vez desde 2007, diz Nielsen

Pesquisa mostra que Brasil foi um dos países com maior crescimento de confiança, e está em quinto no ranking.

Por BBC Brasil
Atualização:

A confiança do consumidor cresceu pela primeira vez nos Estados Unidos desde o início de 2007, segundo o Índice Global de Confiança do Consumidor da empresa de consultoria de mercado Nielsen publicado nesta quarta-feira. O resultado, no entanto, contrasta com outra apuração, feita pela organização americana Conference Board de pesquisas econômicas, que nesta semana afirmou que a confiança do consumidor americano caiu em outubro. De acordo com a Nielsen, a confiança do consumidor está crescendo em todo o mundo - o índice global saltou de 77 pontos, seis meses atrás, para 86 pontos. Hong Kong, Coreia do Sul e Brasil foram os países que, respectivamente, apresentaram maior crescimento de confiança. "Um aumento de nove pontos no índice global significa um bem-vindo retorno a um território positivo", disse James Russo, vice presidente de Global Consumers Insights da Nielsen. Para ele, este aumento representa uma mudança de postura e os consumidores parecem acreditar que o mundo está deixando a recessão para trás e caminhando em direção à recuperação. O índice divulgado nesta quarta-feira mostra um retorno a quase o mesmo nível da primeira metade de 2008, antes da pior fase da crise econômica. Neste mês, 66% dos consumidores globais entrevistados disseram que a economia de seu país está em recessão, em comparação com 71% em abril passado, mas para muitos consumidores da Ásia e América Latina, a recessão está se tornando coisa do passado, afirma a consultoria. A pesquisa, feita pela internet entre os dias 26 de setembro e 16 de outubro, entrevistou mais de 30.500 usuários em 54 países. O índice da Nielsen é baseado na confiança do consumidor no mercado de trabalho, status de suas finanças pessoais e propensão a gastar. Brasil No Brasil, o índice aumentou 12 pontos, registrando 108 (um índice acima de 100 é considerado otimista), colocando o país em quinto lugar no ranking de confiança do consumidor, atrás da Índia, Indonésia, Noruega e Vietnã. "A pesquisa reflete o ritmo da recuperação econômica nos últimos seis meses, especialmente no Brasil e em alguns mercados asiáticos", disse Russo. Ente os chineses, 87% dos entrevistados acreditam que o país saiu da recessão. Essa também foi a percepção de 60% dos ouvidos na Austrália, Hong Kong e Noruega. No Brasil, Índia e Chile, cerca de metade dos entrevistados disse acreditar que a recessão chegou ao fim. A confiança dos brasileiros é a mais alta na América Latina, segundo o índice. "Como último país a entrar em recessão e entre os primeiros a se recuperar, o Brasil essencialmente retornou aos níveis de produção industrial pré-crise", disse Russo. "O nível de emprego está aumentando e, junto com isso, o consumo. Os brasileiros se sentem muito otimistas sobre o futuro: as Olimpíadas de 2016 combinadas à Copa do Mundo de 2014, além de novos projetos de energia, garantem um alto nível de investimento em infra-estrutura nos próximos anos, e os consumidores, acertadamente, se sentem confiantes em relação à economia." Cautela Apesar do aumento de confiança, a Nielsen afirma, no entanto, que os consumidores ainda estão preocupados em não gastar muito, principalmente nos Estados Unidos e Europa, onde a taxa de desemprego permanece alta. Em alguns países, afirma a consultoria, os hábitos dos consumidores parecem ter mudado permanentemente, e nas regiões citadas, o sentimento em relação à recuperação econômica permanece moderado. "O crescimento da confiança do consumidor de quatro pontos nos Estados Unidos no terceiro trimestre - o primeiro aumento desde o início de 2007 - não se traduziu em confiança de gastos para a grande maioria dos consumidores americanos", disse Russo. "Claramente, esta recuperação vai ser manifestada em gastos comedidos enquanto os consumidores trabalham para equilibrar suas contas." BBC Brasil - Todos os direitos reservados. É proibido todo tipo de reprodução sem autorização por escrito da BBC.

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