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Como reflexo da mudança, crédito vai ficar mais caro

Por Andrea Vialli
Atualização:

O crédito, tanto para pessoas físicas quanto para empresas, vai ficar mais caro em 2008. Esse será um dos principais reflexos das medidas anunciadas ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Todas as operações de crédito feitas no País sofrerão agora incidência de alíquota de 0,38% do IOF. Na prática, a alíquota para a pessoa física dobra.No caso da CSLL, o setor financeiro passará a pagar alíquota maior, de 15%. "Num primeiro momento pode parecer que o governo está penalizando só o setor financeiro. Mas esses aumentos têm um efeito perverso, uma vez que serão repassados ao consumidor", alerta Andrew Frank Storfer, vice-presidente da Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade. Segundo ele, a alíquota de 0,38% do IOF será integralmente repassada à pessoa física e a CSLL também deve ser repassada a clientes. "Podemos esperar para este ano, além do crédito caro, tarifas bancárias mais altas e produtos financeiros mais caros." As medidas, diz, reforçam a "fúria arrecadatória" do Estado. "Por si só, o fim da CPMF faria com que R$ 40 bilhões a mais circulassem na economia, dinheiro que seria usado para consumo e aumentaria o PIB. Isso se traduziria em pelo menos R$ 15 bilhões a mais em arrecadação", calcula. "O governo não quer cortar custos, não quer admitir que gasta muito e mal." Para ele, o anúncio de que o governo vai fazer cortes de R$ 20 bilhões é falácia. A Federação Brasileira dos Bancos (Febraban) não comentou as medidas. Para o consumidor, o IOF maior vai afetar os financiamentos da casa própria e de veículos, empréstimos bancários e cheque especial. Ele também sentirá o aumento quando contratar um seguro ou fizer compras no exterior com cartão de crédito. Seguros de saúde e gastos em moeda estrangeira no cartão pagam 2% de IOF hoje e vão pagar 2,38% no mínimo. Até nos casos em que atualmente há alíquota zero - como o seguro de financiamento imobiliário - haverá incidência da alíquota adicional de 0,38%. COLABORARAM FERNANDO NAKAGAWA e FABIO GRANER

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