Atualizado às 22h05-
A assessoria do ex-presidente da Petrobrás José Sergio Gabrielli contradisse, na tarde desta quarta-feira, 26, a atual presidente da estatal, Graça Foster e afirmou que "não era desconhecida" a informação de que havia um comitê para gerir a refinaria de Pasadena, no Texas (EUA), e que sua criação constava no acordo de acionistas celebrado para a unidade.
Em nota divulgada na noite desta quarta, contudo, a assessoria de imprensa do ex-presidente da estatal e atual secretário de Planejamento da Bahia afirmou que ele não deu declarações neste sentido e que não existe conflito entre Gabrielli e a atual presidente da Petrobrás, Graça Foster.
Graça havia dito, em entrevista ao jornal O Globo, ter sido surpreendida ao saber da existência do comitê. O ex-presidente da empresa, porém, não quis dar mais detalhes sobre a negociação e disse que quem deve esclarecer dúvidas sobre a administração da estatal é sua atual direção.
Na entrevista publicada nesta quarta pelo Globo, Graça afirmou que ainda não se sabe qual era a função do comitê de proprietários de Pasadena e garantiu que a Petrobrás vai procurar "os estatutos, as atribuições, o poder e onde estão as atas". "Não fica pedra sobre pedra", afirmou a executiva, completando que não aceita "de jeito nenhum (...) que me venha um comitê que eu não saiba".
Em 2005, a empresa belga Astra Oil comprou a refinaria de Pasadena por US$ 42,5 milhões. No ano seguinte, a Petrobrás adquiriu 50% do ativo por US$ 360 milhões. Em 2012, após disputa judicial, a companhia teve de comprar o restante da refinaria, num desembolso total de US$ 1,18 bilhão.
Relatório. Como revelou o Estado na semana passada, Dilma atribuiu a compra da polêmica refinaria a um relatório "falho" apresentado ao Conselho Administrativo da estatal, na época presidido por ela. Após o caso vir à tona, um dos responsáveis pela elaboração do relatório da compra, o ex-diretor da área Internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró, foi exonerado de seu cargo.
Diante do episódio, lideranças da oposição articulam no Congresso a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para apurar o caso. O Tribunal de Contas da União (TCU), a Polícia Federal, o Ministério Público e a Controladoria-Geral da União investigam a aquisição por suspeita de prejuízos aos cofres públicos.
Nota. Confira a íntegra da nota divulgada pela assessoria de Gabrielli nesta quarta:
"São inverídicas as declarações atribuídas nesta quarta-feira (26/03), pelo jornal Estado de São Paulo, ao ex-presidente da Petrobras e atual secretário do Planejamento da Bahia, José Sergio Gabrielli, na matéria intitulada "Comitê de Pasadena não era desconhecido, diz Gabrielli. A matéria teve o claro objetivo de criar um conflito, que inexiste, entre o ex-presidente e a atual presidente da Petrobras, Graça Foster."