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Comissionados do PR têm reajuste de até 128%

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Por Evandro Fadel
Atualização:

Os cerca de 3,9 mil funcionários comissionados do governo do Paraná terão reajuste salarial entre 60% e 128% no fim deste mês. Os valores somam-se a outro aumento de 6,5% que lhes foi destinado em julho, quando os vencimentos dos servidores públicos concursados também foram reajustados no mesmo porcentual. O governador Beto Richa (PSDB) assinou decreto estabelecendo o novo aumento no dia 11, véspera do feriado da Padroeira do Brasil, mesmo dia em que foi publicado no Diário Oficial do Estado.De acordo com o governo, o reajuste era necessário em razão de defasagem observada desde 1998, período em que, segundo o secretário-chefe da Casa Civil, Durval Amaral, houve apenas duas pequenas correções. Nesse período, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) chegou a 134,68%. Segundo Amaral, o reajuste impactará em cerca de 0,3% a folha de pagamento, com aumento de aproximadamente R$ 2,7 milhões. Ele acrescentou que cerca de 50% dos comissionados são servidores concursados.O secretário acentuou que o governo está agindo com "transparência", fazendo com que os detentores do mesmo cargo recebam o mesmo valor. "No governo anterior, era autorizado aumento para quem se queria, sem seguir o princípio da impessoalidade", disse. A partir de agora, o maior vencimento entre os comissionados (símbolo DAS-1) será de R$ 8.327,35. Mas, de acordo com Amaral, é inferior ao pago por outros poderes para a mesma função. Segundo ele, um cargo de direção no Tribunal de Justiça garante vencimentos de R$ 9,8 mil.O líder da oposição na Assembleia Legislativa, deputado Ênio Verri (PT), disse que, apesar de haver defasagem nos vencimentos, o governo não deveria aplicar o aumento apenas para os comissionados. Segundo ele, uma emenda à Constituição, por exemplo, garantiu reajuste aos militares, que não teria sido implantado até agora. "Parece mais uma contradição desse governo, que fala em choque de gestão e concede esse aumento." Verri foi secretário de Planejamento do Estado entre 2007 e 2010 e salientou que, na época, o então governador Roberto Requião (PMDB) optou por investir em inclusão social do que no reajuste para cargos políticos. "E nem por isso deixou de ter pessoas nesses cargos, pois quem entrava sabia quanto ia ganhar", disse.

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